
Com a presença de amigos, familiares e autoridades políticas, o corpo do jornalista alagoano Zé Elias foi sepultado no início da tarde desta quinta-feira (6), no Parque das Flores, em Maceió. Ele faleceu nessa quarta-feira (5), aos 74 anos, e lutava contra complicações decorrentes do diabetes.
Zé Elias iniciou sua carreira na Gazeta de Alagoas, tanto no rádio quanto no jornal, e já foi diretor de Comunicação da Organização Arnon de Mello e comentarista de política da TV Gazeta. Também trabalhou como secretário de Comunicação nos governos dos prefeitos Fernando Collor, José Bandeira e Djalma Falcão, além de secretário estadual de Comunicação no governo Moacir Andrade, deixando um legado marcante no jornalismo.
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Presente no sepultamento, o diretor-executivo da Organização Arnon de Mello (OAM), Luís Amorim, lamentou a perda do colunista e destacou sua autenticidade.
"Zé Elias foi aquela figura icônica no jornalismo político que trouxe um conteúdo noticioso diário sobre a política alagoana, mas com humor. Ele conquistava a todos pela sua autenticidade ao escrever. Ele vai deixar uma marca na Gazeta de Alagoas, onde, seguramente, deixará uma lacuna difícil de preencher, pois não se pode imaginar um profissional com o quilate e a capacidade dele. Esperamos que sua família tenha o conforto necessário para superar este momento de dor", disse.

Já o ex-senador Euclydes Mello descreveu o jornalista como "uma pessoa incrível". "Caráter, dignidade, seriedade, correção. Zé era uma pessoa muito correta. Aqui em Alagoas, eu não conheço alguém que fosse inimigo de Zé Elias. Só deixou amigos, e eu me incluo entre eles. Além disso, era uma pessoa maravilhosa. Gostava de tomar uma Pitu com charque. Era uma figura extraordinária. Como jornalista, dispensa comentários, pois fez história. Ele iniciou na Gazeta, na época do senador Arnon de Mello, e seguiu até o fim da vida".
O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Alagoas, José Carlos Malta Marques, afirmou que tinha Zé Elias como amigo e que sua coluna era leitura obrigatória.
"O Zé é um clarão que não vai se apagar nunca. Ele foi um homem que, como jornalista, marcou época no jornalismo alagoano por várias décadas. E, para mim, pessoalmente, sua amizade sempre foi motivo de muito orgulho. Ele era aquele amigo dedicado, companheiro. Sempre que nos encontrávamos, tínhamos assuntos para conversar. Quem queria estar bem informado, principalmente sobre a política de Alagoas, tinha como leitura obrigatória a coluna de Zé Elias", afirmou.
O procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, destacou o legado deixado por Zé Elias no jornalismo alagoano, ressaltando sua postura equilibrada, sensata e a grande rede de amigos que construiu ao longo da carreira.
"Zé Elias deixou um legado para todos que desejam seguir na profissão. Ele sempre foi um homem ponderado, respeitoso e fez muitas amizades. Seu apoio não se restringiu apenas à família, mas também à comunidade jornalística de Alagoas, e isso deve ser reconhecido por todos nós. É uma grande perda para o jornalismo do estado. Ao abrir a Gazeta, indiscutivelmente, começávamos pela coluna de Zé Elias, que trazia informações precisas e, acima de tudo, respeito pelo leitor. Isso eu admiro".

Também no sepultamento, o presidente do Sindicato dos Jornalistas (Sindjornal), Alexandre Lino, ressaltou a perda significativa para o jornalismo alagoano e brasileiro com a morte de Zé Elias, destacando sua longevidade na profissão e sua influência na imprensa política.
"Perde Alagoas, perde o jornalismo brasileiro. Nas páginas da Gazeta, mantinha um texto impecável e diferenciado, conseguindo ser irreverente e político ao mesmo tempo. Ele sabia chamar atenção e trazer análises precisas. Ao longo de mais de 50 anos de profissão, Zé Elias não foi apenas jornalista, mas também serviu ao povo de Alagoas como gestor público. Atuou como secretário de Comunicação de Maceió em mais de uma gestão e também ocupou o cargo de secretário estadual de Comunicação, demonstrando domínio, segurança e um compromisso genuíno com a comunicação pública de qualidade para os alagoanos", finalizou.