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Instituto vê discriminação em reação contra 'luau' na orla marítima de Maceió

Área tem sido palco de festas convocadas pelas redes sociais; discussão é antiga e gera debates

Após a Associação Comercial de Maceió, por meio de nota, repudiar os sucessivos episódios de aglomeração que estão sendo registrados nos finais de semana, na orla da capital, e cobrar uma ação do Ministério Público Estadual (MPE), o Instituto do Negro de Alagoas (INEG), mostrou aversão às reações negativas, visto que o espaço onde acontece os 'luaus' sempre foi utilizado por pessoas da elite e, também, da periferia, sendo elas alvos de críticas por parte dos moradores e empresários da região da orla marítima.

Uma pesquisadora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) aponta que existem dois pesos e duas medidas para a situação, e defende coerência para julgar ocupação dos espaços públicos e aglomerações.

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"Essa abordagem foi travestida de uma ação para evitar aglomerações por conta da pandemia, porém, o curioso é que outras formas de aglomeração não têm causado esse tipo de ação tão enérgica por parte da polícia e instituições. Pode aglomerar nos ônibus, bares, nas casas de show e, atualmente, nas campanhas eleitorais", defendeu Brunna Moraes, representante do INEG.

Ainda conforme o relato de Brunna, o movimento defende a ocupação dos espaços públicos por todos, independente da classe social ou da cor da pele. "Isso demonstra, no entanto, que o que incomoda não é a aglomeração, e sim, o fato de jovens da periferia estarem acessando espaços 'nobres'".

A professora e doutora em Ciência Política e líder do grupo de pesquisa "Instituições, Comportamento Político e Democracia", do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Ufal, Luciana Santana, aponta que o debate sobre a ocupação dos espaços públicos e considerados nobres por pessoas da periferia é antiga, bem antes da pandemia.

"No geral, a repercussão foi bastante negativa com relação aos eventos. Acredito que há dois pesos e duas medidas diferentes, porque a gente tem acompanhado o início das campanhas eleitorais e o que mais têm são aglomerações. Claro que o TRE emitiu uma suspensão das caminhadas, mas, de qualquer jeito, a gente não vê a mesma repercussão", disse Luciana Santana.

Para a estudiosa, até mesmo muitas pessoas, que defendiam o isolamento social nos períodos mais críticos da pandemia, relaxaram. "Depois, simplesmente, começou a campanha eleitoral, com um comportamento no sentido de minimizar a pandemia. No geral, eu defendo que as aglomerações não devem acontecer de forma alguma, independente de classe social, independente da raça, gênero, porque estamos no meio de uma pandemia. Quer queira ou não, é uma doença que ainda tem muitas características desconhecidas e, ainda, há o contágio".

Segundo ponto defendido por Luciana é o fato de que não é coerente criminalizar apenas as aglomerações que têm um perfil de pessoas da periferia e não ter a mesma condução no caso de outros eventos que, também, estão aglomerando.

"É preciso ter coerência. É preciso ter os mesmos comportamentos e as mesmas decisões serem isonômicas, que seja válido para todos e que não haja nenhum tipo de discriminação. Não há motivo para supervalorizar um evento de alguns, alguns grupos sociais em detrimento de outros", enfatizou.

Sobre o assunto, o Ministério Público informou, no entanto, que já está agindo para coibir a realização dos eventos. Conforme a Associação Comercial, os famosos 'luaus' envolvem menores consumindo álcool, além de registrar brigas no calçadão.

"O MPE já está agindo para coibir qualquer coisa que permita o consumo de bebidas e drogas na orla. Inclusive, foi o Ministério Público que juntou várias instituições e entidades para levar alternativas para aquele público", informou a assessoria do MPE.

"Os tais 'luaus' que só acabam com os chamados 'corre' prejudicam, diretamente, a nossa imagem de paraíso turístico pelo Brasil e mundo afora. Nesse domingo, mais uma vez, a diversão de famílias inteiras e o negócio de barracas de orla foram prejudicados por vandalismo e violência", repudiou a Associação Comercial.

A FESTA

Uma festa marcada pelas redes sociais e chamada de 'Luau Nova Geração' terminou em confusão, na noite do último dia 3, na orla de Maceió. O evento reuniu centenas de jovens, muitos sem máscara, na praia da Ponta Verde, de acordo com informações da Polícia Militar (PM) e de moradores da região.

Segundo o relatório da Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit), policiais foram acionados para dispersar a multidão, que, de acordo com as denúncias, obstruía as vias, chegando a dificultar o fluxo de veículos.

"A equipe da noite atendeu a ocorrência. Eles informaram que os participantes não usavam máscaras e era uma grande quantidade, muitos mesmo. Eles invadiram a pista e estavam chutando carros e provocando confusão", informou a supervisora da Oplit, Vanessa.

Uma moradora da região, que pediu para não ser identificada, conta que os problemas foram além da obstrução nas vias. "Liberaram os eventos e, agora, está assim. Tinha muito mais do que 300 pessoas, muitos, notoriamente, menores de idade e com garrafas de bebida alcoólica nas mãos. Quase ninguém de máscara e muito barulho", diz.

Ainda segundo a coordenadora da Oplit, a chegada da PM dispersou a aglomeração, mas muitos dos participantes continuaram pela região, até o dia amanhecer. Apesar da confusão, ninguém foi preso.

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