Uma infestação de caramujos africanos está preocupando moradores do bairro da Gruta de Lourdes, em Maceió. Segundo eles, os moluscos aparecem nas áreas verdes das casas.
O empresário Álvaro Mendonça explica que a situação costuma piorar no horário da noite e a grande preocupação é que os caramujos podem ser transmissores de doenças. "Durante o dia, eles não costumam aparecer, mas a noite é algo impressionante. Já tem uns três anos que a gente vê esses caramujos africanos, que podem transmitir até meningite".
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De acordo com o morador, quando o tempo está úmido, os moluscos sobem pelas paredes das casas. "Eles soltam uma gosma azul. Eu me preocupo, tenho netos e bisneto. Já comuniquei o Centro de Zoonoses, mas até agora, não tivemos retorno", explica Álvaro Mendonça.
O biólogo Nilson Queiroz explica que o caramujo gigante africano é considerado uma espécie invasora e foi trazido para fins comerciais para ser usado na culinária, mas não foi aceito pelo paladar brasileiro. "Essa espécie terminou sendo liberada no ambiente e passou a se reproduzir com muita facilidade no Brasil por não encontrar predadores".
Ainda de acordo com o biólogo, o caramujo gigante africano pode transmitir alguns vermes aos seres humanos. "Ele é considerado um vetor, que pode carregar alguns vermes para o ser humano. Como não há como saber se ele está contaminado, evita-se tocar no animal e no muco que ele produzi", explica Nilson Queiroz.
O biólogo Carlos Fernando Rocha, da Secretária Municipal de Saúde (SMS), explica que o molusco é considerado uma praga, catalogado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das 100 maiores pragas do mundo. "Por onde passa, devasta plantações e, além de causar prejuízos econômicos, ele causa doenças mais sérias".
Carlos destaca que em Alagoas há caramujos nativos - da mata, do mangue, da caatinga, mas o caramujo africano é invasor e uma praga. "Ele pode transmitir dois tipos de vermes que podem causar doenças bem sérias", diz o biólogo.