
Imagens de videomonitoramento flagraram o momento em que o principal suspeito de incendiar o apartamento de Mariana Maia, no bairro da Ponta Verde, entrou e saiu do imóvel poucos minutos antes das chamas se espalharem pelo local. O caso foi registrado na madrugada de sábado (8). Ela acusa o ex-namorado de cometer o crime porque ele não aceitava que ela fizesse uma viagem para a Itália.
Mariana não estava no apartamento, mas seu irmão e um primo dormiam no local e escaparam do fogo.
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Na sexta-feira (7), um dia antes do incêndio, Mariana contou que uma discussão sobre sua viagem para a Itália levou ao término do relacionamento do casal.
Ela deixou objetos pessoais do ex-namorado na portaria para que ele os retirasse. Mariana viajaria para a Europa no domingo para visitar a mãe.
No entanto, câmeras de videomonitoramento mostram que ele chegou ao prédio da ex-namorada às 3h58 de sábado. Depois de pegar a mala, ele subiu para o apartamento de Mariana. Às 4h10, pegou o elevador e foi embora. Oito minutos depois, outra câmera registrou uma fumaça escura saindo do apartamento.
Quando Mariana chegou ao prédio, percebeu a movimentação dos bombeiros e as chamas, momento em que seu irmão a informou que o fogo estava no apartamento dela.
“Eu comecei a me desesperar, vim correndo, subi as escadas, mas já tinha muita fumaça. Fiquei tonta e desci novamente. Até então, ninguém imaginava que tinha sido ele, porque ninguém acreditava que ele tivesse coragem de fazer isso. Além disso, meu irmão estava dormindo e não viu a hora que ele entrou ou saiu. A última vez que tive notícia dele, ele tinha quebrado meu carro, mas não imaginei que ele fosse até minha casa”, relatou Mariana.
A Polícia Civil investiga as circunstâncias do incêndio. De acordo com a delegada Ana Luíza Nogueira, há indicativos de crime de feminicídio, pois, segundo informações do Boletim de Ocorrência, o homem acreditava que Mariana estava dentro do apartamento.
“Temos indicativo de crime de tentativa de feminicídio, porque, de acordo com informações do BO, ele achava que a vítima se encontrava no local. Felizmente, ela não estava. Porém, havia outros dois familiares que estavam dormindo. Também há indicativos de crime de violência psicológica, pois ele tinha o hábito de esmurrar a parede quando estava nervoso e já havia destruído um notebook em uma situação anterior. Além disso, estamos apurando a comprovação do crime de violência patrimonial, previsto no artigo 250 do Código Penal, que trata de causar incêndio colocando em risco a integridade física de outras pessoas e causando dano patrimonial”, afirmou a delegada.
*Com TV Gazeta