A Auditoria-Fiscal do Trabalho embargou a obra de uma concessionária na tarde dessa terça-feira (3), no bairro de Mangabeiras. O local não contava com diversos itens obrigatórios na área da segurança do trabalho.
O auditor-fiscal do Trabalho, Alexandre Sabino, estava passando pelo local, constatou a condição de risco da obra e disse que se viu obrigado a intervir antes que algum acidente grave acontecesse com algum trabalhador.
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"O que me chamou a atenção foram os andaimes, todos irregulares, prestes a cair alguém dali. Dentro da obra, vi que a betoneira, que é aquele equipamento utilizado para misturar o concreto, também oferecia risco aos trabalhadores, também havia o risco de incêndio, já que o quadro de distribuição de energia que levava eletricidade para o equipamento era construído em madeirite, fazendo com que qualquer centelha, faísca ou curto circuito pudesse colocar fogo na obra inteira. Além disso, várias partes perigosas do equipamento que precisam estar protegidas ou enclausuradas estavam expostas, aumentando ainda mais o risco de acidentes graves no local. E como se ainda não bastasse, toda a fiação elétrica estava no chão, obstruindo a passagem e, mais uma vez, aumentando a possibilidade de acidentes na obra", relatou o auditor.
Sabino revelou que o problema mais grave estava, de fato, nos andaimes, que não apresentavam qualquer tipo de segurança para os trabalhadores da obra. "Os andaimes eram muito altos, sem qualquer tipo de fixação que evitasse o seu tombamento. Notei que o piso dos andaimes, além de incompletos, estavam soltos, uma dupla fatal quando analisada da perspectiva da segurança do trabalho no tocante à prevenção contra quedas. Além disso, esses andaimes não tinham nenhuma escada para que os trabalhadores acessassem seus postos de trabalho. Então eles tinham que escalar toda aquela estrutura e, detalhe, sem cinto de segurança, que pelo visto não era obrigatório na obra, assim como os capacetes, já que quase nenhum trabalhador utilizava", disse Alexandre.
Ainda segundo o auditor, algumas das rodas dos andaimes não possuíam trava, e os postos de trabalhos dos andaimes não contavam com guarda corpo, que são dispositivos de segurança que impedem que os trabalhadores caiam pelas laterais, e ainda algumas partes metálicas da estrutura do andaime estavam encaixadas umas nas outras com um arame enferrujado, mostrando que o improviso é quem ditava as regras no local.

Alexandre Sabino informou que a Auditoria-Fiscal do Trabalho tem três maneiras de chegar ao estabelecimento: elas podem ser por denúncia, em função da programação da chefia ou quando o Auditor-Fiscal se depara com uma situação de grave e iminente risco à saúde ou à integridade física dos trabalhadores, momento em que ele deve, por lei, agir de imediato que foi o que aconteceu nesse caso.
De acordo com o auditor, não há um prazo par a liberação da obra. "Tudo vai depender do tempo que a empresa vai demorar para se adequar", falou Sabino, que além da adequação das irregularidades, exigiu o projeto de dimensionamento, fixação e sustentação dos andaimes registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (CREA/AL), "para evitar o improviso que encontramos", concluiu Alexandre Sabino.