As rachaduras verificadas em imóveis no bairro do Pinheiro, região mais afetada da capital alagoana após o tremor de magnitude 2,5 na escala Richter, registrado no último dia 03, cresceram. Foi o que atestaram os engenheiros da Defesa Civil de Maceió, que voltaram ao local, na manhã desta terça-feira (13), para uma nova fiscalização, averiguando as condições das residências danificadas. Na oportunidade, os fiscais voltaram a recomendar que os moradores deixem as casas que representam risco.
ÀGazetaweb, o coordenador da Defesa Civil reforçou que tal recomendação - em razão de problemas verificados antes mesmo do tremor, que comprometeu ainda mais a estrutura dessas residências - foi feita "há bastante tempo".
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"Há prédios na região do Pinheiro que já apresentavam fissuras. Com as fortes chuvas do dia 15 de fevereiro, as fissuras apareceram novamente. E a situação piorou com o tremor", afirmou Dinário Lemos, acrescentando que a orientação deve ser considerada até que uma equipe de geólogos conclua os levantamentos acerca da real causa do tremor na capital.
"A população que ainda resiste em ficar nessas casas deve procurar novas moradias até que o serviço de geologia informe o que é que está acontecendo com o solo do Pinheiro", emendou o coordenador da Defesa Civil de Maceió, sobre o problema que também prejudicou calçada e asfalto, prejudicando o fluxo de veículos na região.

Imóveis e ruas de pelo menos dois quarteirões do bairro do Pinheiro apresentam rachaduras. Para o proprietário de um apartamento no conjunto Divaldo Suruagy, um dos mais afetados pelo tremor, o prejuízo é grande. "Eu alugava o imóvel, mas meu inquilino correu", disse ele, que não quis ser identificado.
O dono do imóvel conta ainda que há mais de 200 estacas de ferro espalhadas pelo prédio, numa tentativa de amparar o peso que vinha sendo distribuído pelas paredes rachadas. "Temo que o prédio vá ao chão sem as estacas. Neste primeiro mês, alugamos as estacas, que custaram cerca de R$ 3 mil, mas não sei se teremos este dinheiro por mais tempo", desabafou.
Já de acordo com uma moradora que desocupou seu imóvel após o tremor, a incerteza ainda é grande. Ela retornou ao apartamento - que teve todos os cômodos danificados - na manhã desta terça para acompanhar a fiscalização da Defesa Civil. Para Ingrid Maria, as rachaduras "realmente só aumentam". "Não estavam tão largas assim. Além disso, o piso está cedendo", desabafou.
Também nesta terça, moradores do bairro solicitaram à Defesa Civil a emissão de um documento oficial sobre a condições dos imóveis, para que possam, junto à Justiça, tentar reaver tais prejuízos.
Próximos passos
E ainda pela manhã, a Defesa Civil e professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) estiveram reunidos com geólogos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), informando-lhes o que já foi analisado na região, a fim de que, juntos, possam elaborar o levantamento do solo do bairro do Pinheiro. Ainda não há previsão para a conclusão do estudo.