O Comitê pela Redução do Valor da Passagem de Ônibus em Maceió reuniu a imprensa, na tarde desta quinta-feira (24), e informou as demandas apresentadas em audiência pública realizada pela manhã, com a presença de membros do Ministério Público Estadual (MPE/AL) e representantes das empresas de ônibus. Na entrevista coletiva, realizada no Espaço Cultural da Universidade Federal de Alagoas, os integrantes do comitê defenderam que a dívida das empresas seja transformada em subsídio para a população que utiliza o transporte público.
Na semana passada, aGazetaweb mostrou que, apesar de as empresas exigirem o reajuste anual na tarifa de transporte, há uma dívida de R$ 23 milhões pelo uso das concessões junto à Prefeitura de Maceió. Na visão do comitê, a dívida milionária com o poder público municipal poderia ser utilizada para abater o preço da passagem. Os dados são resultados de uma análise jurídica dos contratos de concessão.
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Diante da dívida, o comitê refuta os argumentos das empresas que tentam justificar o aumento da passagem de R$ 3,65 para R$ 4,15. O grupo é formado por 46 entidades, entre organizações sociais e estudantis. Para eles, o valor cobrado hoje já é abusivo e não condiz com a condição social e econômica da cidade de Maceió.

"Os empresários só estão se atendo a uma das cláusulas do contrato - a que os beneficia -, mas há diversas outras que são completamente ignoradas pelo empresariado. Por exemplo, tem uma que aponta a questão da mobilidade, levando em consideração a condição social da população maceioense [que garante a comunidade, de acordo com análise econômica, a possibilidade de a prefeitura diminuir o valor da tarifa]", detalhou Ana Carolina Lima, advogada e integrante da comissão jurídica do Comitê pela Redução do Valor da Passagem de Ônibus.
Sobre a dívida à SMTT
O comitê acredita que o tema sobre o reajuste da passagem deve ser tratado com uma maior responsabilidade dos poderes públicos, além dos outros órgãos. "Nós queremos nos reunir com o prefeito Rui Palmeira, já que ele é quem detém a última palavra. Queremos apresentar essa proposta [do subsídio] e batalhar por isso. É preciso atender o interesse da população, que nunca foi levado em consideração ao longos de todos estes anos", disse Magno Alexandre, representante do comitê.