Trabalhadores que estavam à procura de emprego no início do mês de julho foram vítimas de empresa fantasma que tinha o escritório localizado no bairro da Cambona, na cidade de Maceió. A oferta de mais de 2 mil vagas de trabalho foi divulgada pelo Sistema Nacional de Emprego em Maceió (Sine) e atraiu vários candidatos, que formaram longas filas na capital. Alguns dias após o cadastro, a entrevista e ao pagamento de uma taxa que estava sendo cobrada pela empresa, eles tomaram conhecimento de que haviam sido vítimas de um golpe e precisaram recorrer à polícia.
Gilson Cavalcante, de 45 anos, foi uma das pessoas que procuraram diretamente a empresa, que no contrato recebe o nome de ECAT (Energy Catalizer Reattor), para participar da entrevista de emprego. Ele relata que tudo no escritório parecia regular.
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Daniel Alves também foi uma das vítimas do golpe e conta que preferiu comparecer ao Sine para conseguir a documentação assinada pelo Sistema e assim ter o encaminhamento. "Até agora nós ficamos sabendo que cerca de 200 pessoas também assinaram o contrato no Sine, fora quem foi direto na empresa. Eles nos deram 15 dias para um retorno e no dia primeiro de agosto já começariam os exames", explica Daniel.
As seleções foram encerradas no dia seguinte e quando os interessados retornaram ao lugar da entrevista, não encontraram mais nada. "Retornei ao endereço informado no site e tudo tinha sumido. O escritório estava sem o nome e quando perguntei ao responsável pelo prédio se a empresa tinha se mudado, ele respondeu que saíram sem avisar e não efetuaram o pagamento do aluguel", conta Gilson.

Após tomar conhecimento que os candidatos ao emprego tinham sido vítimas de um golpe, o Sine do estado orientou que eles procurassem a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência (BO).
Por telefone, uma funcionária do Sistema Nacional de Emprego contou que todos ficaram muito felizes com a notícia de que uma empresa estava ofertando mais de 2 mil vagas de emprego na capital alagoana e que suspeitaram que havia algo errado somente quando a suposta empresa pediu a suspensão da seleção um dia depois de ela ter começado.
"O Sine também foi lesado. Pedimos desculpas às pessoas e orientamos que elas procurem a polícia", destacou a funcionária. Para se cadastrar e pedir a intermediação do Sine para seleção de funcionários, as empresas precisam preencher um formulário com informações como CNPJ.
A partir daí, o Sistema Nacional de Emprego faz uma pesquisa e analisa se a empresa está apta a contratar ou não. "Esse caso foi uma lição para nós. A partir de agora, vamos fazer uma seleção mais rigorosa", afirmou.
O Sine municipal informou que está tomando as medidas cabíveis para que os responsáveis sejam punidos judicialmente.