Cerca de 60 moradores dos Flexais de Cima e de Baixo, no bairro de Bebedouro, ocuparam, na manhã desta terça-feira (27), o prédio da Prefeitura Municipal de Maceió, no bairro do Jaraguá.
A mobilização faz parte de uma estratégia dos moradores, que visam pressionar a gestão municipal quanto à atenção imediata para a situação dos locais. Segundo eles, morar nesses locais está insuportável e o diálogo está prejudicado em decorrência da falta de ação da prefeitura.
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"Não queremos mais promessas, queremos um compromisso com a nossa causa. Nossas residências precisam ser realocadas, não dá mais pra engolir essa conversa de que o bairro será revitalizado, não tem como revitalizar um local que está isolado, com bairros abandonados para todo lado", afirma Joselma Evaristo Valério.

O grupo busca respostas do Município para o ilhamento social das localidades e da desocupação dos bairros do entorno, decorrente do afundamento do solo causado pela Braskem.
Joselma Evaristo tem 56 anos e mora no Bebedouro há 30. Ela diz que perdeu a saúde, física e mental, por causa do isolamento e da falta de segurança.
"Sairemos daqui quando o prefeito JHC nos der uma resposta e nos der a sua palavra, se é que ele tem, de que vai resolver o nosso problema", afirma.

A moradora diz que o grupo representa as 3.500 pessoas que ainda moram na localidade.
"E nossas casas estão afundando também, cheias de rachaduras, tudo por causa da Braskem. Se o prefeito não está sendo beneficiado de alguma forma com essa situação, por que ele não fala nada, não faz nada? Por que ele não nos recebe e diz que vai fazer alguma coisa por nós? Chegar lá pra pedir voto é muito bom. Ele foi lá, disse que ia nos ajudar, quando ele foi candidato a primeira vez, por que agora não resolve o problema?", argumenta a moradora.
Representantes dos moradores foram recebidos no local por uma liderança municipal, mas não pelo prefeito JHC.
Por meio de nota, a Prefeitura de Maceió disse que o Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros (GGI dos Bairros) mantém diversas frentes de diálogo com os moradores dos bairros afetados pelo afundamento do solo e com as comunidades do entorno do Mapa de Linhas e Ações Prioritárias 04.
Também firsou que, além das rodadas de conversas e reuniões, foi aberta uma ouvidoria para receber e atender toda e qualquer demanda desta população, disponível no site do órgão.
"A Defesa Civil tem monitorado as áreas adjacentes do mapa periodicamente junto ao Comitê Técnico criado para este fim e conta também com equipamentos de última geração", diz trecho da nota.