O terceiro sargento da Polícia Militar de Alagoas, Carlos André de Lima Silva, deve sentar no banco dos réus, diante de um júri popular, e responder pela acusação de liderar uma milícia responsável por fazer uma "limpeza social" no bairro de Ipioca, no Litoral Norte de Maceió. A sentença de pronúncia foi publicada no Diário da Justiça desta quinta-feira (11). O grupo liderado pelo PM prestaria serviços de segurança privada para cerca de 67 estabelecimentos da região e seria responsável por vários homicídios.
De acordo com a denúncia, Carlos André, que é conhecido no bairro como "Manda Bala", foi o mandante do assassinato de João Lucas Fonseca dos Santos, que foi executado no dia 16 de abril de 2015, em Ipioca, com quatro tiros. O autor material do crime teria sido Cláudio Gomes da Silva, conhecido como "Cal".
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As investigações mostraram que a vítima pertencia a um grupo denominado Primeiro Comando de Ipioca (PCI) e teria assaltado o filho de Cal, o que foi o estopim para que Manda Bala ordenasse a morte de João Lucas.
O inquérito policial concluiu que a milícia liderada pelo PM é responsável, sobretudo, por promover uma 'limpeza' na região, eliminando os componentes do Primeiro Comando de Ipioca. As investigações descobriram que Manda Bala já havia anunciado que mataria os integrantes da facção.
Durante o processo, a Justiça ouviu como testemunha a delegada Servulla Walleska Orengo Bezerra, que contou que estava atuando como delegada pela Força Nacional e ambos os réus foram investigados por homicídios.
A delegada revelou ainda que a equipe de investigação foi até a residência do policial militar Carlos que, ao ser indagado sobre a onda de homicídios contra criminosos, assumiu que estava fazendo limpeza na área, apesar de ter negado na delegacia.