A ex-esposa do empresário assassinado Guilherme Brandão e o fornecedor da choparia Maikai, Rodrigo Palmeira, foram as primeiras testemunhas de acusação a falar durante o julgamento de Marcelo Carnaúba, nesta quinta-feira (13). Segundo Andreia Correia Cavalcante Brandão, tanto os filhos do casal quanto os pais da vítima ficaram com muitas sequelas psicológicas após o assassinato.
"Quando chega a época do Natal, o aniversário do Guilherme, que era em janeiro, e a data do assassinato, que foi em fevereiro, os pais ficam arrasados, precisando de ajuda psicológica, de psiquiatra", afirma.
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Na época do assassinato, os filhos do casal tinham 8 e 3 anos. Andreia conta que a relação de Guilherme com as crianças era maravilhosa. Ela destacou que o empresário era uma pessoa muito presente.
"A relação deles com o pai era maravilhosa. Era um pai muito presente, apesar de ser um empresário ocupado. Tudo que ele conseguiu foi com o próprio suor e era muito dedicado. Meus filhos sofrem e choram até hoje por conta da morte do pai. Hoje minha filha está com 13 anos e ainda chora muito, sente demais a falta dele. O Guilherme filho era muito pequeno, tinha 3 anos e meio, então ele fantasia muito a presença do pai, cria coisas que ele teria vivido com o pai. Esse final de semana que ele soube da verdade, que o pai foi assassinado. Até hoje são duas crianças marcadas pela morte do pai".
Andreia conta que o filho fantasia histórias com "o pai que ele nunca vai encontrar".
"Ele sempre fantasiou em construir uma escada para ir até o céu encontrar o pai e também diz que quer ser cientista para construir uma máquina do tempo e encontrar o pai. Em um aniversário do pai, ele fez minha cunhada colocar uma vela na ponta de um cabo de vassoura para o pai assoprar. Ele tem uma fascinação por encontrar esse pai, que ele nunca vai encontrar".
O empresário e Andreia tinham se separado quatro meses antes do assassinato. No dia da morte, ela disse que estava em um laboratório quando recebeu a ligação comunicando sobre a morte do Guilherme.
Andreia disse que alguns dias depois do crime foi procurar a esposa do Marcelo Carnaúba para saber se ela teria detalhes do crime, porque ela estava achando estranho a versão do Guilherme ter reagido a um assalto, já que ele sempre orientava que ela mesma não fizesse isso.
"Fui numa loja de móveis que ela tinha e ela me disse que, quando chegou em casa, o Marcelo pediu para que ela desse fim às roupas e ao sapato dele e eu achei isso estranho. Ela também me disse que o Marcelo estava com o computador da empresa em casa e o Guilherme não admitia levar o computador da empresa pra casa. Tudo isso achei muito estranho", conta.