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'Os acusados passearam no Código Penal', afirma promotor do caso Jonas Seixas

Cinco militares vão a júri nesta quarta por sequestro seguido de tortura, homicídio e ocultação de cadáver


				
					'Os acusados passearam no Código Penal', afirma promotor do caso Jonas Seixas
Jonas Seixas. Foto: Reprodução

O júri popular dos cinco policiais militares acusados da morte do servente de pedreiro Jonas Seixas da Silva, sequestrado no dia 9 de outubro de 2020, ocorreu nesta quarta-feira (13). Para o promotor Antônio Vilas Boas, a família e toda a sociedade esperam há quatro anos por justiça. O júri acontece no Fórum do Barro Duro, em Maceió, mas só deve ser concluído nesta quinta-feira (14). Onze testemunhas serão ouvidas.

“Estamos diante de um júri de grande repercussão. O crime ocorreu em 2020 e estamos há quatro anos esperando justiça. Os acusados passearam no Código Penal. Eles sequestraram a vítima, colocando-a na cápsula de uma das viatura, onde a torturaram, objetivando colher informações que lhes fossem úteis. Como isso não ocorreu, eles resolveram ceifar a vida da vítima e, por fim, ocultado seu corpo”, disse o promotor.

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Segundo ele, mesmo que os réus sejam militares, o que ocorreu foi um crime doloso à vida. “Não estamos diante de um crime militar, na realidade, é um crime doloso à vida, então, o tribunal do júri é o órgão competente para julgar. É a sociedade que irá julgar esses acusados”, relatou.

Os cinco militares são acusados de sequestro seguido de tortura, homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

“O sofrimento duplica, não só pela morte, mas pela dor que sente a família, que não teve o conforto de sepultar o corpo da vítima”, completou Vilas Boas.

Do outro lado, a defesa dos réus afirma que o julgamento será o momento para provar a inocência dos cinco militares.

“A expectativa da defesa é muito boa. Estamos aguardando esse dia há muito tempo, porque vamos poder expor todo o material de defesa que temos. Muita coisa que foi propagada na mídia será desmistificada no tribunal do júri. Muitas provas técnicas que dizem que são prejudiciais à defesa, na verdade, favorecem a defesa em prol dos policiais militares, que sempre falaram a verdade. Nosso trabalho é demonstrar isso, expor todas as provas e, ao final, pedir a absolvição de todos, porque não houve crime, tanto é que a acusação sequer demonstra como supostamente ocorreu esse crime, a suposta morte, porque não houve morte, houve a liberação”, explicou Thiago Marques Luz, advogado dos militares.

Conforme o juiz Yulli Roter, todos os réus e testemunhas serão ouvidos hoje. Em seguida, haverá os debates da acusação e defesa, mas a previsão é que o júri só termine na quinta-feira.

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