O delegado investigado pela Polícia Federal (PF) por fraude processual, revelação de sigilo funcional e abuso de autoridade no caso do assassinato do empresário Kleber Malaquias ficará preso por tempo indeterminado. A decisão é da juíza Eliana Accioly, da 3ª Vara de Rio Largo, que decretou a prisão preventiva do delegado e a manteve nesta quarta-feira (18) após audiência de custódia.
Na decisão que manteve a prisão, a juíza cita que, com a sua soltura, há a possibilidade concreta de manipular dados de procedimentos criminais. A magistrada classifica ainda como “impossível” uma medida mais branda que não seja a prisão.
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Eliana Accioly cita a necessidade de salvaguardar a ordem pública, ante a possibilidade de descrédito do sistema de justiça, por se tratar de delegado da Polícia Civil que faz parte da cúpula.
A juíza menciona que há indícios de manipulação de inquéritos policiais já concluídos e em andamento. Ela também relata que há notícias de suposto vazamento de peças sigilosas por parte do delegado para um denunciado em outro processo criminal.
QUEBRA DE SIGILO E BUSCA E APREENSÃO
A pedido do Ministério Público, a juíza também autorizou busca e apreensão em três endereços do denunciado. Na decisão, a juíza diz que o Ministério Público demonstrou “que há grande possibilidade de que nas residências do denunciado existam anotações, papéis, documentos, celulares, computadores, equipamentos e mídias, o que pode se tornar objeto de prova na presente ação penal, sendo que os aparelhos celulares podem ter sido utilizados na consecução dos delitos [...]”.
Também foi autorizada pela Justiça a quebra de sigilo telefônico no aparelho celular do delegado referente aos últimos cinco anos. Por fim, foi autorizado que as instituições bancárias informem as contas vinculadas aos números do alvo e, caso positivo, enviem os dados de latitude e longitude do acesso ao internet banking.