Após um mês que a Canoa de Tolda afundou no Rio São Francisco, em Piranhas, com o aumento da vazão de água, a Justiça Federal de Sergipe determinou que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) cumpra a decisão judicial de resgatar a embarcação e guardá-la em local seguro. A determinação foi dada nesta segunda-feira (21).
A embarcação é símbolo do Rio São Francisco. A canoa de tolda Luzitânia é a última original da época do Brasil Colônia e, justamente por falta de apoio financeiro, tinha sido colocada à venda para garantir a sua conservação. Ela estava em um banco de areia em Pão de Açúcar, mas o nível do rio subiu tanto que acabou tombando e encobrindo a canoa.
Leia também
As vazões dos reservatórios de Sobradinho e Xingó foram elevadas gradualmente do patamar de 1.000 m³/s para o patamar de 4.000 m³/s no período de 12 a 24 de janeiro. Diversos municípios ribeirinhos sentiram o impacto da cheia do rio, que encobriu também barracas que ficavam às suas margens.
Além da retirada, a determinação quer ainda que o instituto realize estudo técnicos na embarcação.
Em nota ao G1 de Sergipe, o IPHAN informou que, apesar do tombamento federal, a responsabilidade pela conservação, uso e gestão da embarcação é da Sociedade Socioambiental do Baixo São Francisco Canoa de Tolda, que vem realizando um conjunto de ações para reflutuação e remoção da canoa e que, no dia 2 de fevereiro, a pedido do instituto, a Capitania dos Portos esteve no local onde está a embarcação para elaborar um relatório técnico.
O instituto afirmou também que solicitou à Marinha do Brasil uma lista de empresas aptas a executar o procedimento de reflutuação e, estas, solicitaram dados técnicos sobre a localização e o atual estado da embarcação.
Ainda segundo o órgão, já foram iniciadas as pesquisas para encontrar locais em que a canoa possa ser guardada de forma segura. E, para viabilizar as ações de resgate e remoção da embarcação, foi aprovada uma ação emergencial para liberar recursos.