Os cinco policiais militares que foram a júri, nessa quarta-feira (13), pela morte do servente de pedreiro Jonas Seixas da Silva, sequestrado no dia 9 de outubro de 2020 e, desde então, nunca encontrado, foram absolvidos. O Conselho de Sentença não reconheceu a materialidade do fato, negando a autoria do crime.
O júri ocorreu no Fórum do Barro Duro, em Maceió, e se estendeu até a madrugada desta quinta-feira (14). Sentaram no banco dos réus: Fabiano Pituba, Felipe Nunes da Silva, Jardson Chaves Costa, João Victor Carminha Martins de Almeida e Tiago de Azevedo Lima, todos absolvidos.
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De acordo com o inquérito policial, anexado à denúncia do Ministério Público Estadual, Jonas Seixas, de 33 anos, foi abordado pelos policiais militares por volta das 15h45, na Travessa São Domingos, na Grota do Cigano, no bairro do Jacintinho, em Maceió.
Os militares realizavam uma operação em busca de drogas e, segundo a denúncia, entraram na residência de Jonas sem mandado de prisão ou busca. Nada de ilícito foi encontrado no imóvel, onde apenas a esposa de Jonas estava presente. Ao saírem da casa, os PMs se depararam com o jovem, que subia as escadas em direção ao local.
Conforme as investigações, mesmo sem estar com materiais ilícitos ou qualquer mandado judicial contra ele, Jonas foi colocado em uma viatura sob agressões, incluindo spray de pimenta no rosto. Segundo a Polícia Civil, testemunhas relataram que ele gritava desesperadamente dentro da viatura, pedindo socorro e afirmando estar passando mal.
Em seguida, o servente de pedreiro foi levado pelos policiais a uma região de mata, por trás de um motel no bairro da Jacarecica, em Maceió. Nesse local, segundo a polícia, a vítima foi submetida à grave violência e ameaças por parte dos militares, que tinham o propósito de obter uma confissão. O inquérito concluiu que Jonas foi assassinado para encobrir o crime de tortura cometido pelos denunciados, que, posteriormente, ocultaram o cadáver.
Como consta no inquérito, a esposa de Jonas o procurou na Central de Flagrantes, pois os policiais afirmaram que o levariam para a delegacia. No entanto, as autoridades concluíram que ele nunca foi apresentado na Central. A família também procurou informações no Hospital Geral do Estado (HGE), no Instituto Médico Legal (IML), em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e até no presídio, mas nunca obteve notícias sobre o paradeiro de Jonas.
O caso teve grande repercussão em Alagoas, onde a família realizou manifestações em busca de justiça.