O caso dos irmãos mortos, além de um pedreiro no Village Campestre, crime ocorrido em 25 de março de 2016, terá continuidade na tarde desta terça-feira (27), na 9ª Vara Criminal da Capital, onde acontece a segunda audiência de instrução e julgamento. A expectativa do Ministério Público Estadual (MPE) é de que o acusado dos homicídios, o policial militar Johnerson Simões Marcelino, sente-se no banco dos réus e que o júri aconteça até o final do ano.
O advogado e assistente de acusação Cláudio Beirão explicou que algumas testemunhas já foram ouvidas pelo juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara, e, agora, mais 11 pessoas (sendo 2 de acusação e 9 de defesa), além do acusado, prestarão esclarecimentos em juízo.
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Prevista para ocorrer às 13h de hoje, a audiência - que estava marcada para acontecer em agosto - foi antecipada por determinação do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), em virtude do tempo do processo e de o réu ainda se encontrar preso.
O advogado Thiago Pinheiro é o advogado contratado pela família do pedreiro e que deve, da mesma forma, participar da audiência desta terça-feira.
"Nossa expectativa é de que haja a pronúncia, que é quando o réu vai a júri popular, e que seja condenado. Esperamos que o processo se encerre até o final do ano, pois a família aguarda ansiosa por este momento", comentou o advogado Cláudio Beirão. A acusação é que os assassinatos foram praticados com dois agravantes: motivo torpe e por recurso que tornou impossível a defesa das vítimas.
De acordo com Pinheiro, deve ser ouvidas, hoje, Maria de Fátima Ferreira Silva, mãe dos menores mortos, além de um tio das vítimas. As demais não tiveram o nome revelado.
Por sua vez, o outro militar, Jailson Stallaiken Costa Lima, que estava na ocorrência e também chegou a ser denunciado pelo MP, responde ao processo em liberdade e aceitou as condições da suspensão condicional do processo.
"Se ele cumprir com todas as determinações impostas pela Justiça, ao final de dois anos, o processo será extinto. Ele é acusado de fraude processual, ou seja, implantou armas e munições entre os pertences das vítimas, de forma a alterar a cena do crime", reforçou o assistente de acusação.
Os policiais militares sustentam - desde a época do crime - que os jovens estavam armados e houve troca de tiros com a guarnição.
RELEMBRE O CASO
As mortes dos irmãos e do pedreiro Reinaldo, aconteceram no dia 25 de março de 2016, quando Josenildo e Josivaldo teriam ido visitar uma tia e, ao descer do ônibus, foram abordados por dois policiais militares. O pedreiro, por sua vez, teria sido vítima de uma bala perdida.
A família dos mortos contesta a versão - os dois jovens, inclusive, eram deficientes mentais e, de acordo com familiares, não teriam acesso a armas. Na versão dos PMs do 5º Batalhão, os garotos estavam com uma pistola 380 e uma espingarda. O armamento foi apreendido pela polícia, assim como as pistolas .40 dos militares.