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Em depoimento, PM diz que morador de rua tentou pegar sua arma

Durante júri, militar acusado de assassinato argumentou legítima defesa e negou ter espancado a vítima

O julgamento dos policiais militares acusados de matar o morador de rua Genivaldo Quirino, conhecido como China, ainda em 2012, no bairro do Jaraguá, em Maceió, acontece na manhã desta quarta-feira (22), no salão da 9ª Vara Criminal da Capital, no Fórum do Barro Duro.

Como apenas uma testemunha foi arrolada para prestar depoimento em Juízo e ela não compareceu, conforme informou o advogado de defesa de um dos acusados da morte, o magistrado deu início à inquirição do primeiro acusado, identificado como Edilson Rozalino dos Santos e apontado como o militar que atirou na cabeça da vítima, dentro de um barraco.

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Em seu depoimento, o policial confessou a autoria do disparo de arma de fogo, porém, alegou legítima defesa, afirmando que a vítima tentou pegar sua pistola.

Questionado se a vítima havia sido espancada, o acusado negou qualquer agressão neste sentido. "Atirei, mas para me defender, já que ele [Genivaldo] tentou pegar a arma. Porém, não procede a informação de que o espanquei. Meus colegas estavam na viatura e eu sozinho com ele no local, que seria um imóvel invadido no Jaraguá".

Acusado de atirar em morador de rua alegou legítima defesa
Acusado de atirar em morador de rua alegou legítima defesa | Foto: Rogério Costa

Edilson, que, à época, havia ingressado no serviço ostensivo da PM há 8 meses, admitiu que não tinha experiência em tal atuação. Segundo ele, o fato de ter pedido para a vítima se ajoelhar foi pela própria segurança.

"Durante a ação eu entrei no local onde estavam a esposa dele e outra senhora que usava o barraco para tráfico de drogas. Perguntei se havia mais alguma coisa, já que o Paulo de Tarso [outro colega da ocorrência] havia entrado lá e encontrado drogas. Eu entrei com ele lá e pedi para ele se ajoelhar, para minha segurança. Na hora que eu virei ele tentou pegar a pistola e usei o back up (arma reserva). Aí eu atirei. No momento, a vítima estava desarmada e ajoelhada. Foi tudo muito rápido, como um flash...eu não sabia que ele estava com a faca. Na hora você só pensa em se defender. Sou policial e quero chegar vivo em casa. No momento eu vi que a pistola saiu e, como a distância era curta, usei o back up, uma 357".

Ainda em Juízo, o PM disse que, durante todo esse tempo de espera pelo julgamento, adquiriu várias CID's [enfermidades]. "Venho me arrastando. Tomo remédios controlados, tenho dificuldade para dormir. As testemunhas, se elas acusam, deveriam estar aqui para me acusar".

Outros dois militares, identificados como Paulo de Tárcio Brito de Jesus e Antônio Carlos Eufrásio dos Santos, serão os próximos a prestarem depoimento no júri. Logo após, haverá o debate entre o Ministério Público (MP) e a defesa dos militares. Ao final, os jurados devem decidir sobre a condenação ou absolvição dos réus.

O CRIME

De acordo com os autos do processo, o crime ocorreu no dia 27 de novembro de 2012, quando a vítima foi abordada por policiais militares na Praça Dois Leões, no bairro do Jaraguá. De lá, Genivaldo Quirino foi levado até sua residência, localizada na antiga estação rodoviária, quando foi espancada, torturada e, depois, morta.

Conforme a promotora de Justiça Adilza Freitas, o comandante da viatura ficou à porta da residência, enquanto outros dois ficaram dentro da casa, cometendo o crime. Testemunhas ouviram os gritos de socorro da vítima, mas foram proibidas pelos militares de entrarem na residência e chamarem socorro.

“A vítima pediu socorro. Ele gritava: ‘comadre, eles vão me matar’; ‘pelo amor de Deus, não me mate’. Dava para ouvir os gritos. A companheira dele, grávida de oito meses, também ouviu. Ela tentou entrar na residência, mas foi impedida. Depois de muitos gritos de pedido de ajuda, a vítima foi executada com um tiro na cabeça. Ela estava ajoelhada, com as mãos para trás, e foi dessa forma que morreu”, explicou a promotora.

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