O cantor Sérgio Reis baixou o tom e recuou nos ataques aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) em depoimento prestado à Polícia Federal ontem. Conforme mostrou o jornal O Globo, ele falou com investigadores da PF por videoconferência, diretamente do hospital onde está internado desde terça-feira (24). No depoimento, o cantor também negou participar de um movimento antidemocrático que ataca instituições e planeja realizar um ato violento no próximo dia 7 de setembro.
Na última semana, ele se tornou alvo de uma investigação da Polícia Federal por conta de um áudio vazado. Na última sexta-feira (20), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao cantor, ao deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), e a outras oito pessoas.
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Ainda conforme o jornal, fontes que acompanham a investigação relataram que Sérgio Reis disse aos policiais que não tinha intenção de fazer ataques aos ministros do STF. Para se justificar, ele teria dito que conhece pessoalmente o ministro Luís Roberto Barroso.
Além disso, o cantor teria lamentado a repercussão da gravação vazada. No áudio, ele apareceu convocando uma greve nacional de caminhoneiros contra os 11 ministros da Corte - alvo constante do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem Reis é aliado. Em outro trecho, ele fez ameaças caso o Senado não decidisse sobre o impeachment dos ministros, dizendo que eles iriam "invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra".
Procurado pelo jornal, o advogado do cantor Marcos Montemor disse que não poderia se manifestar sobre o caso porque a investigação tramita sob sigilo.