O pai da criança que foi encontrada morta por enforcamento em um estábulo, após ser deixada sozinha, teria induzido e instigado a prática de suicídio pela própria filha, de 10 anos, à época do crime, conforme entendimento do Ministério Público Estadual (MPE). As informações foram divulgadas por Luiz Alberto de Holanda, promotor de Justiça da 1ª Promotoria de Palmeira dos Índios, mesmo município em que ocorreu o crime.
Conforme relatado pelo promotor, Maria Katharina Simões da Costa foi abandonada em uma situação de total vulnerabilidade, logo após ser agredida e repreendida pelo pai, Florival Lopes da Costa, em virtude do acidente sofrido por seu irmão, de 5 anos de idade, em julho deste ano.
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Apesar de não haver, ainda, a conclusão em relação ao enforcamento, com suspeitas de suicídio ou homicídio, os depoimentos dos pais apresentaram inconsistências, o que gerou uma denúncia realizada pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL) por maus-tratos.
Segundo Luiz Alberto, além de punições severas, como quando os filhos tiveram que passar a noite e a madrugada na baia dos cavalos como forma de castigo, também foi constatado violência psicológica.
"Assim, diante de todos os fatos narrados, verifica-se que o denunciado abandonou sua filha de apenas 10 anos sozinha em casa, em situação de extrema vulnerabilidade. Nesse contexto de violência física, psicológica e verbal, induziu e instigou a prática de suicídio por sua filha, Katharina. Então, essa é a visão do Ministério Público que será agora apreciada pelo Judiciário", informou.
O CASO
No dia 8 de julho de 2024, a vítima estava brincando com o irmão quando ele se machucou e precisou ser socorrido pelos pais, sendo levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.
Maria Katharina Simões da Costa foi deixada sozinha na residência e foi encontrada morta por enforcamento dentro de um estábulo, conforme informado pelo promotor.