Mirella Granconato Ricciardi, acusada de ser a mandante do homicídio da universitária Giovanna Tenório Andrade, em 2011, vai a júri popular nesta quarta-feira (11). Presidido pelo juiz John Silas, o julgamento terá início às 8h, no Fórum do Barro Duro, em Maceió.
O promotor de Justiça Antônio Villas Boas - que atua no caso - defende a tese de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver, levando em conta as características atribuídas ao crime.
Leia também
"Mirella seria a mandante da execução, e as razões são mais do que suficientes para comprovar o fato, ou seja, as ameaças feitas à vítima, que foram várias e estavam contidas em um aparelho celular. Toda a nossa sustentação será baseada nessas mensagens, que, por si só, já denotam sérios indícios do envolvimento da acusada no homicídio", explicou o promotor.
Na oportunidade, Villas Boas chamou a atenção para o fato de Antônio Bandeira - esposo da acusada - ter vários relacionamentos extraconjugais e a ré se incomodar, apenas, com Giovanna Tenório.
"Mirella conhecia Giovanna, com quem se envolveu em brigas. Era um relacionamento extraconjugal que ela se incomodava. Uma pessoa fria e que não demonstra medo nem receio algum. Durante toda a fase processual, Mirella demonstrou segurança, que, com certeza, veio de uma orientação por parte da defesa", ressaltou Villas Boas.
Na visão do promotor de Justiça, não se pode confirmar se a condenação vai acontecer, mas "a acusação vai demonstrar, através de todas as provas acostadas nos autos, evidências revelando que a mandante foi Mirella".
A reportagem tentou contato com a defesa, representada pelo advogado Rodrigo Ferro, e aguarda informações sobre o posicionamento acerca do julgamento.
RELEMBRE O CASO
A estudante desapareceu no dia 2 de junho de 2011, por volta das 12h30, nas proximidades da Faculdade de Fisioterapia do Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac), quando estava se deslocando para o Restaurante Salude, próximo ao Colégio Madalena Sofia, no bairro do Farol. O corpo de Giovanna foi encontrado dias depois em um canavial na Fazenda Urucum, situada entre os municípios de Rio Largo e Messias.
De acordo com o processo, no dia do desaparecimento, a vítima usava um celular Nokia de cor rosa, com a última ligação às 12h06. O aparelho só voltou a ser acionado no dia seguinte ao sumiço, às 9h40, após ligação de celular pertencente à esposa do réu - que teria entregue o chip para o seu companheiro.
Outro fato que consta nos autos é que, à época, o réu morava na Rua Íris Alagoense, local pelo qual a vítima obrigatoriamente passaria para chegar ao Restaurante Salude, onde encontraria um amigo. No caminho, ela teria sido interceptada e imobilizada, inviabilizando qualquer chance de defesa. As provas periciais comprovam que Giovanna teria sido morta por estrangulamento, além de ter sofrido diversas lesões provocadas por instrumento contundente.