O homem acusado de matar a mulher trans Aléssia Rodriguez, de 20 anos, no bairro de Cruz das Almas, em Maceió, em fevereiro de 2021, está sendo julgado nesta terça-feira (3), no Fórum do Barro Duro. O júri está sendo conduzido pelo juiz Yulli Roter, da 7ª Vara Criminal da Capital. O Ministério Público Estadual (MPAL) pede a condenação do réu por feminicídio duplamente qualificado.
De acordo com os autos do processo, o réu Sávio Silva Monteiro Estevam teria combinado um programa, por meio do aplicativo Grinder, com a testemunha do crime, uma trans chamada Laura. O acusado, então, se dirigiu ao Edifício Visamar, onde residiam a vítima e a amiga Laura.
Após o término do encontro, que se deu mediante o pagamento do valor de R$ 50,00, o denunciado propôs a continuidade oferecendo seu aparelho de celular como garantia, pois não dispunha de dinheiro em espécie naquele momento. A proposta foi negada por Laura, mas foi aceita por Aléssia, dirigindo-se ambos para o quarto, enquanto Laura permaneceu na sala aguardando.
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Depois de alguns minutos, o denunciado saiu do quarto e tentou beijar Laura, tendo ela entrado em luta corporal com o denunciado e conseguido colocá-lo para fora do apartamento ainda despido. Nesse momento, Laura foi ao quarto e avistou a vítima caída ao chão. Ela acionou uma viatura da Polícia Militar, que se encontrava em frente ao prédio em ronda de rotina, e, ao chegar ao local, a polícia deu voz de prisão ao denunciado e constatou a morte da vítima, provavelmente por asfixia.
"O crime ocorreu porque o denunciado pretendia descumprir o acordo feito com a vítima, saindo do local sem deixar o celular como garantia do pagamento", diz os autos.
Na manhã desta terça-feira, testemunhas do crime foram ouvidas e o depoimento do réu está sendo aguardado. A acusação pede a condenação por feminicídio duplamente qualificado, pela asfixia e pelo motivo fútil.
Além do depoimento do réu, terá início a fase de sustentação oral dos advogados que atuam no caso.