A operação que prendeu o ex-prefeito Fábio Rangel nesta quarta-feira (4) cumpriu nove mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva no município de Girau do Ponciano. A ação é fruto de uma investigação conjunta da Polícia Civil com o Ministério Público Estadual.
O tio do gestor, identificado como Luciano Oliveira, fugiu e não foi detido, mas, segundo informações do Ministério Público Estadual, um suposto pipeiro foi preso com arma de fogo. A esposa de Luciano e mais quatro suspeitos, todos pipeiros, foram levados à delegacia para serem ouvidos.
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A operação gira em torno de desvio de recursos públicos na contratação de carros-pipa por Fábio Rangel. O cumprimento do mandado de prisão contra ele, expedido pelos juízes Alysson Jorge Amorim e Renata Malafaia, foi feito por policiais civis. A ação está sendo coordenada pelo delegado Thiago Prado, da Regional de Arapiraca.
Segundo a Promotoria de Justiça de Girau do Ponciano, em 5 de agosto de 2013, o município formalizou contrato mediante prévia licitação com uma empresa para fornecimento de carradas de água, para abastecimento durante um ano.
A empresa deveria ter fornecido mensalmente 1.424 carradas, cujo valor ajustado, por cada, seria de R$145,50. No entanto, segundo as investigações, o ex-prefeito e o tio ajustaram que o contrato não seria cumprido na sua integralidade.
"Pelo contrário, o empresário seria responsável por fornecer, no máximo, 300 carradas, enquanto outras seriam desempenhadas por correligionários do prefeito conforme promessas politicas anteriores", explica o promotor Kleber Valadares. Em setembro, o empresário também passou a emitir notas fiscais superfaturadas.
O esquema
O promotor de Girau do Ponciano relata que a empresa recebia o pagamento pelas carradas e, em seguida, acertava o destino do dinheiro publico. "A primeira parte dos valores consistia em uma sobra (referente ao superfaturamento das notas fiscais) no importe mensal, aproximado, entre 25 mil e 35 mil que eram repassados ao Luciano, tio do prefeito", diz o promotor.
Para o Ministério Público, vale salientar que o então prefeito Fábio Rangel, nomeou o tio para cuidar de todos os assuntos relacionados a questão dos caminhões-pipa.
Na ação criminosa, a segunda parte dos valores ficava com o próprio empresário pelo pagamento do serviço de cerca de 300 carradas mensais. "Já a terceira parte dos valores era repassada ao Luciano por meio de cheques da empresa. Este, por sua vez, deveria efetuar pagamento a sete supostos pipeiros", enfatiza o promotor.