Os pais de uma criança de apenas 3 anos de idade querem uma explicação da creche onde a menina estuda, em Arapiraca, a respeito de algumas marcas que surgiram no corpo da menor. A unidade de ensino municipal, por sua vez, quer que os pais provem que as manchas provenientes de agressão apareceram enquanto a pequena A.G. da S. estava no local. Segundo a diretora da unidade, "é impossível que a criança tenha entrado na creche sem as marcas".
O fato aconteceu nessa quinta-feira (12). A família já esteve na Central de Polícia, para fazer um Boletim de Ocorrência (B.O.), e no Instituto Médico Legal (IML) da cidade, onde foi feito o exame de corpo de delito.
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De acordo com a mãe de A.G. da S., Zilma Maria da Silva, de 22 anos, como sempre acontecia, a menina foi para a escola normalmente, no início da manhã dessa quinta-feira. Ela usava short e a blusa da farda e, segundo a genitora, não apresentava nenhuma marca de agressão. Por volta das 11h, a professora telefonou para uma tia da criança, que também tem um filho estudando na creche, e perguntou o que havia acontecido com A.G. da S., tendo em vista que a menina estava com muitas marcas de violência.
A tia, por sua vez, acionou a mãe da criança, que pediu ao pai da menor que fosse saber o que estava acontecendo. "Meu marido foi lá depois que largou do trabalho e, quando eu vi a minha filha, fiquei em choque", afirmou Zilma.
De acordo com a diretora da Creche Dr. Geraldo Silva, Viviene Núbia, o pai da criança chegou ao local às 15h50 e não perguntou nada. Apenas levou a criança embora. Segundo ela, todas as informações referentes às crianças que estudam no local são registradas em um livro.

"A professora, ao receber a criança, já notou algumas manchas no rosto e no pescoço dela. Na hora do banho, quando tiraram a roupa da menina, perceberam que ela estava com alguns hematomas. A professora ligou para a mãe e o pai dela, mas eles não atenderam. Foi então que ela telefonou para a tia. Não há a possibilidade disso ter acontecido dentro da creche. Aqui ninguém trabalha sozinho, sempre tem alguém supervisionando as atividades. Somos uma equipe", afirmou Viviene.
Segundo a mãe da menina, que nesta sexta-feira aguardava a visita do Conselho Tutelar de Arapiraca, desde ontem a criança vem apresentando mudança de comportamento. Questionada sobre o que ocorreu, a mãe diz que ela responde apenas "não sei".
"Ela sempre falava da escola e contava o que tinha feito por lá. Agora, não quer mais voltar. Hoje passamos em frente à escola e ela ficou desesperada, começou a chorar", afirmou a mãe.
Em nota, o Instituto Médico Legal de Arapiraca informou que a criança foi examinada e foi constatado ferimentos provocados por agressão. Ainda de acordo com o órgão, apenas a delegacia responsável pela investigação poderá identificar o autor do fato.