Energia elétrica parece uma realidade para todos. Só que, para a família da estudante de Pedagogia Diana Cordeiro Tenório Lins, de 23 anos, é bem diferente. Moradores do Sítio Batata, localizado na zona rural a 9 quilômetros da cidade de Inhapi, ainda sofrem com a ausência do 'benefício'. Cansada da situação, a jovem usou a Tribuna da Câmara de Vereadores para apelar por energia para a residência, onde mora com a família. O vídeo da sessão viralizou e tem ganhado força nas redes sociais.
O vídeo, que foi publicado primeiramente no site Central do Sertão, mostra que, na Tribuna da Câmara, as irmãs Diana e Catarina disseram que não tem o prazer de ler um livro à noite porque na casa não tem energia. "Estudamos à luz de velas e, em uma determinada noite, um incêndio, por pouco, não nos custou a vida".
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À Gazetaweb, Diana disse que nunca teve o privilégio de ter acesso à energia em casa. "Para poder estudar vou a casa da minha avó, onde carrego a bateria do celular, e uso os dados móveis para acessar a plataforma [da faculdade EAD] e me atualizar", acrescentando que também fazem uso de Lan House para não prejudicar os estudos.
Diana relata que mora na casa com os pais, Pedro Rodrigues, 64 anos, e Luzia Tenório, 48 anos, uma avó, de 90 anos, além das duas irmãs, Catarina, 21 anos, e uma menor de 13 anos.
"Quando meu pai estava construindo a casa, à época tinha o projeto Luz Para Todos, mas meu pai não foi contemplado. Depois que a casa foi construída, o programa acabou e continuamos sem energia", falou.
Agora, após 2 anos e seis meses de faculdade, chegando aos últimos período da faculdade de Pedagogia, Diana trava a luta para conseguir, enfim, luz para o lar, onde mora com a família.
"Desde sempre, vivemos com muita dificuldade. Agora, que estou terminando a faculdade, preciso estar me atualizando ainda mais", desabafou.
Diana, que é a filha mais velha do casal de agricultores, conta que a irmã mais nova estuda em um povoado e Catarina, irmã do meio, também estuda Pedagogia e enfrentam as mesmas dificuldades.
"A empresa [Eletrobras, que agora é Equatorial] havia dito que não tinha como ofertar energia elétrica para nossa casa porque era apenas uma residência, e não uma comunidade. As demais casas, que foram contempladas pelo programa do Governo Federal, ficam a 600 metros do nosso lar", defendeu.
Sem condições financeiras, elas dizem, no vídeo, que a família não pode e "não deve arcar com as despesas para que a eletricidade chegue até a residência", e que, ao usar a Câmara para a leitura da carta com o apelo, não foi para pedir "favor político".
Por meio de nota, a Equatorial Energia Alagoas informou que vai enviar uma equipe para fazer uma avaliação e verificar a possibilidade de execução do serviço. Confira na íntegra:
"A Equatorial Energia Alagoas informa que ainda esta semana uma equipe irá fazer uma verificação in loco para reavaliar a solicitação e possibilidade de execução do serviço. A distribuidora está em contato com a família que será informada sobre o andamento do pedido de ligação".