Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > INTERIOR

Fumo se transforma na principal lavoura cultivada em municípios do Agreste

Chuvas animaram produtores, que esperam bons resultados pelo produto e valor aproximado ao do ano passado, quando o quilo chegou a R$ 30,00

O período de inverno com mais chuvas que nos anos anteriores, deixou animado agricultores da região Agreste, que decidiram apostar na lavoura do fumo como a principal cultura cultivada nesta safra agrícola.  Nesta terça-feira, muitos agricultores já iniciavam a produção das bolas, como tradicionalmente são comercializadas em feiras e repassadas para empresas. Ano passado, o preço pelo quilo do produto de primeira qualidade chegou a até R$ 30. Para este ano, a estimativa, devido a grande quantidade produzida, é de se alcançar em média R$ 20,00.

No campo, em cidades como Arapiraca e Craíbas, no Agreste, famílias inteiras têm apostado no resultado da plantação e confiante na qualidade do fumo, que se fortaleceu com as chuvas, embora reconheçam que, quanto mais produto no mercado, o preço do produto pode cair. Não há estimativa oficial de quanto será a produção desta safra, mas os próprios agricultores avaliam que deve superar em mais de 100% a plantação do ano anterior. "Para se ter uma ideia, em 2018 nós plantamos apenas aproximadamente 5% do que havíamos plantado em 2017", pontuou o agricultor José Erivaldo de Moura.

Leia também

Com cinco tarefas cultivadas do produto na região do Pau Ferro, em Craíbas, ele segue otimista com o resultado que deve conquistar.

"Tem gente que não plantava há mais de 20 anos e voltou a plantar este ano. Ano passado, a produção foi muito baixa em relação a 2017  e com isso o preço chegou a R$ 30,00 o quilo da bola. Vou curar o fumo e esperar até janeiro para comercializar, quando espero vender por R$ 20,00 o quilo", declarou.

Na casa do agricultor Manoel Pedro Neto da Silva, no sítio Itapicuru, em Arapiraca, enquanto ele retirava o fumo do varal, a mulher, Adrelina e a filha Maria Eliane trabalhavam destalando o produto, formando os "móios", para depois serem transformados nas bolas de fumo, que chegam a pesar até 100kg cada.  Antes mesmo de curar o produto, ele disse já ter recebido proposta para vender a safra a R$ 7,00 o quilo, mas considerou o valor baixo para a qualidade do produto. Em suas três tarefas, ele disse esperar produzir entre 8 a 10 bolas.

"Esse ano a safra foi boa. Fumo bom. Aconselho meu pai para armazenar e esperar um preço melhor mais à frente", ressaltou Maria Eliane. Para produzir o fumo, Manoel Pedro trabalhou na roça nos últimos meses na companhia de um dos onze filhos. "O fumo é o que dá mais dinheiro", pontuou, ao fazer comparação com as outras lavouras que cultivam principalmente para a própria alimentação, como feijão e mandioca.

Para quem trabalho com a destalação do fumo, os produtores têm pago em média R$ 1,00 pelo quilo do fumo de primeira e R$ 1,20 pelo baixeiro - fumo que fica na parte baixa da planta e com isso possui a folha menor.

Outro produtor de longa data na região é o senhor Antônio Rosendo Farias, mais conhecido como seu Barbosa. Aos 92 anos de idade, ele levanta cedo e vai para a sua roça de fumo em frente a casa onde mora, na zona rural de Craíbas. Ele contou que construiu a vida com as plantações do produto e lembrou que, em 2018, vendeu o quilo do produto a R$ 27,00. Disse ainda esperar comercializar por um valor aproximado a safra deste ano.

Como resultado dos 70 anos como produtor de fumo, seu Barbosa mantém a mesma vida simples do homem do campo, mas conta com três carros na garagem, casa bem estruturada e uma ampla plantação de fumo em 150 tarefas de terra, na qual consegue ocupar 21 moradores da comunidade. Antes disso, porém, ele já havia garantido a independência dos filhos. "Hoje eu estou satisfeito", assegurou ele, sempre com um ar de otimismo e tranquilidade diante de todos.


				
					Fumo se transforma na principal lavoura cultivada em municípios do Agreste
FOTO: Marcelo Amorim

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Tags

Relacionadas