Um sobrevivente da tragédia envolvendo um ônibus que despencou de uma ribanceira, na Serra da Barriga, em União dos Palmares, interior de Alagoas, concedeu entrevista à reportagem da Gazetaweb para desmentir os boatos que circulam sobre o acidente, que ocorreu nesse domingo (24). A vítima saiu poucos minutos antes da queda do veículo.
Abalada, a vítima detalhou como se deu o momento em que antecedeu o fato. Identificado como Matheus Lopes, de 23 anos, ele disse que a versão que aponta que o transporte coletivo apresentou um problema durante a subida da Serra é mentira e que ele não chegou a pular do veículo. Na verdade, antes do desespero, o condutor avisou calmamente aos passageiros o que deveria ser feito.
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"O ônibus veio apresentar um problema já próximo ao heliporto da serra, bem próximo ao local da queda onde aconteceu a tragédia. Inicialmente, quando o motorista falou que não dava mais para o ônibus subir, por conta da mangueira de ar ter estourado, ele avisou que teríamos que esperar outros ônibus para dar continuidade à subida. Então ele desligou o motor tranquilamente, abriu a porta sem desesperos e o ônibus continuou parado no local", explicou.
Porém, o inesperado aconteceu. Ainda de acordo com Matheus, assim que ele desceu do transporte e deu alguns passos para frente, virou para checar os outros passageiros e, logo em seguida, a cena de terror começou.
"As pessoas gritaram e quem estava em pé voltou e sentou com medo, achando que era só questão de frear o ônibus e ele parar. Mas, infelizmente, antes mesmo dos meus olhos piscarem, o veículo pegou uma velocidade inexplicável, chegou a subir a calçada e começou a chegar próximo do penhasco. Infelizmente começou a descer e só dava para escutar os gritos das pessoas que estavam dentro do ônibus", contou.
Após a queda brusca, não tinha mais o que ser feito além de acionar o socorro. Em choque, a vítima relatou que o primeiro instinto foi tentar pegar sinal de celular para buscar ajuda, então se distanciou daquele local para entrar em contato com alguém. Matheus contou que pediu suporte de bombeiros, polícia e todos os outros órgãos competentes para realizar o resgate dos homem, mulheres, gestantes e crianças.
"Então, voltei ao local onde aconteceu a queda e os primeiros a chegar foram moradores que ficam ali na região onde o ônibus caiu. Eles estavam assustados e perguntaram o que tinha acontecido, pois tinham ouvido um barulho muito forte no quintal de casa", completou.
Depois que contou a situação aos populares, uma grande comoção fez com que os primeiros a tentarem resgatar as vítimas fossem os próprios moradores daquela área. Em seguida, os seguranças e equipe de limpeza da Serra da Barriga entraram em conjunto na ação.
O sobrevivente deixou claro que está psicologicamente abalado, mas decidiu enfrentar as lembranças da catástrofe com o intuito de esclarecer o que de fato houve.