Após o aquartelamento de cerca de 700 guardas municipais nesta terça-feira (4), que tem prazo para ser finalizado às 7h dessa quarta-feira (5), o sindicato dos servidores informou que, caso não seja apresentada uma proposta para as questões administrativas reivindicadas, a categoria fará uma nova paralisação por tempo indeterminado.
De acordo com o presidente do sindicado dos Guardas Municipais de Maceió, Carlos Pisca, o secretário de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs) Ivon Bertho, pediu durante uma reunião realizada nesta terça-feira (4), o prazo de 10 dias para que a secretaria apresente uma proposta aos servidores.
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O responsável pelo sindicato explicou que as principais reivindicações são as más condições de trabalho e o reajuste salarial. Coletes balísticos vencidos, falta de algemas, pistolas sem funcionar, viaturas sucateadas estão entre as reclamações da categoria. "Estamos há três anos sem o fardamento completo. São 500 coletes balísticos estão vencidos e cerca de 70% dos profissionais trabalham sem essa proteção", explicou.
Além disso, o prédio onde está localizada a sede da Guarda, no bairro do Vergel do Lago, está em situação precária, informou Carlos. O alojamento está isolado e compromete o horário de descanso dos guardas. "O imóvel está com muitas infiltrações. Os banheiros precisam de reformas, não têm condição de serem usados. Falta até material de limpeza", disse.
Outra reclamação da categoria é a falta de preparo dos guardas. Segundo o presidente, o direito ao porte de arma é assegurado por lei desde 2003, porém, apenas 200 profissionais são capacitados para fazer o uso da arma de fogo. "Não foram realizados investimentos na capacitação dos guardas municipais", falou o presidente, que acrescentou que o arsenal bélico deles é constituído por 180 armas, mas todas foram doadas pela Polícia Civil e Polícia Federal.
REAJUSTE SALARIAL
De acordo com o presidente do sindicado dos Guardas Municipais de Maceió, Carlos Pisca, os trabalhadores têm buscado, sem sucesso, um acordo com o prefeito Rui Palmeira (PSDB). Segundo Pisca, apesar das várias reuniões, o fato do gestor não acenar com nenhum percentual gerou grande insatisfação entre os homens e mulheres da Guarda.
O prefeito Rui Palmeira, por sua vez, já adiantou que a prefeitura não tem condições de ofertar o reajuste de 6,29% pleiteado pelos servidores em geral, apontando a conjuntura nacional, a incerteza econômica e o estrangulamento das contas como motivos para o reajuste zero.
Por meio de nota, "a Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs) informou que a Prefeitura acordou com os sindicatos um prazo de 90 dias, durante os quais espera que haja melhora nos indicadores financeiros do município para a negociação de uma proposta sustentável. Além do pagamento dos salários em dia, a Prefeitura tem mantido outros compromissos com os servidores, assegurando a atualização das progressões de carreira".