Uma servidora do Estado de Alagoas usou as redes sociais, na noite dessa quinta-feira (28), para denunciar que teve desconto no salário após testar positivo para Covid-19. Ela também mostrou insatisfação por não contar com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) durante seus turnos de trabalho, além de lamentar a falta de reconhecimento dos profissionais da Saúde por parte do Governo, durante a pandemia.
"Nunca fui de trazer sentimentos de revolta para minhas postagens, mas hoje me indignei ao saber que, ao adoecer pela Covid, o servidor tem desconto em seu contracheque. Reconheço que o desconto é sobre o adicional noturno, o que deveria ser lógico, já que não trabalhamos no turno da noite, por estar doente. Porém, não trabalhamos porque adquirimos o vírus em nosso ambiente de trabalho", diz ela em trecho de relato.
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Ela continua lamentando a falta de EPIs, o que poderia ajudar os profissionais da Saúde a se prevenir contra o vírus, enquanto atende infectados, além dos falsos diagnósticos da doença dados nos hospitais.
"Sei com quem me contaminei. Não culpo quem diagnosticou que o paciente não tinha Covid, pois é tudo muito novo. Não culpo por não ter sido dado os EPIs necessários para atender esse paciente, já que "não era Covid". O que me incomoda é saber que não há reconhecimento de nosso trabalho", completou.
Por fim, ela cobra mais reconhecimento dos que estão na linha de frente no combate à doença. "O que me incomoda é saber que não há sensibilidade por parte dos gestores para com aqueles que estão na linha de frente e que tem pago o preço [literalmente] por continuar prestando assistência digna à população tão sofrida, a ponto de adoecer. Somos aplaudidos nas ruas, mas nossos gestores não reconhecem nossos esforços. Isso é vergonhoso", frisou.
A reportagem optou por preservar a identidade da servidora, que é lotada no Hospital Geral do Estado (HGE) e no Hospital Escola Dr. Helvio Auto.
Por meio de nota, a Seplag se manifestou informando que o adicional noturno é uma gratificação transitória, paga a quem exerça seu trabalho no horário entre 22h e 5h.
Confira trecho da nota:
O Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), explica que, de acordo com o Regime Jurídico Único dos Servidores, o adicional noturno configura gratificação transitória, dependente da condição em que se trabalha. Conforme determina a lei, é necessário que o servidor exerça seu trabalho no horário entre 22:00h e 05:00h para fazer jus ao acréscimo do valor na hora noturna em sua remuneração e que não houve, portanto, desconto na folha. Nesse contexto, acarretaria para o Estado o descumprimento da lei o pagamento da gratificação mediante o não atendimento dos requisitos necessários a ela.
A pasta reforça, entretanto, que as gratificações permanentes continuam a ser pagas normalmente aos servidores e que reconhece o trabalho de cada um dos que têm se empenhado, diariamente, para que os alagoanos consigam ultrapassar esse momento de dificuldade, especialmente o daqueles que estão na linha de frente contra a pandemia.
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