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Sem receber indenização, família planeja volta para casa interditada pela Defesa Civil no Pinheiro

Vídeos mostram o trabalho dos moradores para derrubar a parede construída pela mineradora, para evitar a entrada de pessoas

O desespero de uma família com a falta de indenização por parte da mineradora Braskem fez com que ela começasse a planejar a volta para a casa que foi interditada pela Defesa Civil no bairro do Pinheiro, em Maceió. Vídeos enviados à Gazetaweb mostram os proprietários derrubando o muro construído pela empresa para evitar a invasão de outras pessoas. Uma reforma foi iniciada e os homens da família já se revezam dormindo no local.

José Menezes dos Santos, de 43 anos, é o proprietário do imóvel. Ele diz que morou no lugar desde o nascimento, e que a casa foi herança da mãe. Além da esposa e um casal de filhos adolescentes, ele conta que, ao menos, mais dois irmãos moravam com ele na casa no bairro do Pinheiro. Eles desocuparam a residência há cerca de nove meses.

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A decisão de voltar se deu, segundo Menezes, pelo fato de o valor de R$ 1 mil oferecido pela Braskem para eles alugarem outro imóvel, não ser suficiente para locar algo compatível com o bairro do Pinheiro. Ele conta que a casa que foi desocupada tinha três quartos, dois banheiros, garagem para dois carros e localização privilegiada. Já o imóvel que conseguiu locar fica no bairro Sítio São Jorge, com apenas dois quartos e um outro morador na parte de cima. Ele pondera que este outro bairro não oferece a mesma infraestrutura do Pinheiro.

Menezes afirmou que não quer mais o aluguel oferecido pela mineradora, e sim que a Braskem pague uma indenização justa pelo imóvel. Segundo ele, esse valor justo deve ser algo em torno de R$ 5 mil por metro quadrado. Contudo, ele diz ter ouvido de colegas que a empresa está pagando, no máximo, R$ 2 mil por metro quadrado.

José Menezes conta que ele e os irmãos estão reformando o imóvel no Pinheiro para que a mudança ocorra o quanto antes. Ele pontua: "a casa é minha!". Ele conta que o fornecimento de água está normal, mas que a energia elétrica ainda não foi restabelecida, pois há um entrave entre a Equatorial, que é a distribuidora de energia, e a Superintendência de Energia Elétrica de Maceió, a Sima. O impasse é porque os postes estariam sem fios.

Em um dos registros, um homem relata a volta da família Menezes. “Eles estão aqui limpando para colocar um colchão, uma rede para dormir e os vizinhos estão dando o suporte que podem dar. A Braskem prometeu mais uma vez e agora a família está voltando para sua residência. Essa moda já pegou, já veio a primeira família e daqui a pouco vem outras. O que vocês estão vendo aqui é mais uma situação que a Braskem prometeu, fez acordo com a família. Está tudo destruído e os moradores voltando para sua residência”, disse.

A Defesa Civil foi acionada e esteve no local para conversar com os moradores. Já a Braskem informou que vem dando apoio as ações de realocação das famílias, comerciantes e empresários das áreas de risco, além de que, por questão de sigilo das informações, "não pode detalhar casos específicos", mas segue em tratativas com o proprietário do imóvel.

"É importante destacar que os processos de realocação e de compensação financeira são distintos e seguem ritmos diferentes. A realocação é mais célere, pois garante a retirada das famílias de áreas identificadas como de risco pela Defesa Civil. É uma questão de segurança. Já a compensação financeira exige um rito de análise documental mais criterioso, reuniões, avaliação dos pleitos trazidos pelos moradores, homologação judicial, entre outras medidas que atestam a transparência e a equidade do processo", diz trecho da nota.

Já a Defesa Civil de Maceió e o GGI dos Bairros informaram que atuam desde sábado (16) na ocorrência e que técnicos da Defesa Civil estiveram no local e realizaram vistorias. "Uma equipe da diretoria social do órgão também esteve no local, assim como os coordenadores da Defesa Civil e do GGI dos Bairros, que, na ocasião, conversaram com os proprietários do imóvel."

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