O número de casos de registros de violência sexual contra crianças e adolescentes caiu desde o início do isolamento social em Alagoas. Desde a última semana de março até o início do mês de maio, foram registrados 46 boletins de ocorrência. No mesmo período, em 2019, foram contabilizados 96 casos.
De acordo com a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), a redução significativa é um fator preocupante, tendo em vista que pode representar ausência de denúncias de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes.
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Segundo a superintendente da Criança e do Adolescente da Seprev, Samylla Gouveia, esta redução dos registros não significa diretamente que reduziram os casos de violência sexual no estado. "O que podemos observar com esses dados é que a população pode não estar denunciando. Como estamos vivendo em um período de isolamento social, a tendência do ato da denúncia também é a diminuição. Precisamos ficar atentos e denunciar todo caso de violência", disse.
Samylla Gouveia explicou ainda que, em todo o mundo, a tendência, com o isolamento social, é que estes casos de violência aumentem, devido ao perfil do agressor, em sua maioria, ser uma pessoa que se encontra dentro da mesma casa da vítima. "A maioria dos agressores sexuais tem contatos frequentes com a vítima, ou seja, são pessoas do seu convívio social, quase sempre inseridos na sua família nuclear, como pais e padrastos. Desta forma, em um período de isolamento, a tendência é que essa violência fique mais suscetível de acontecer", explicou.
Para denunciar casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, os interessados podem utilizar o Disque 100, ligar para a Polícia Militar por meio do 181 ou 190, ou procurar o Conselho Tutelar da sua localidade.