O mês mais querido pelos nordestinos está chegou. Junho é aguardado por causa da maior festa popular da região: o São João. Há poucos dias dos festejos, as quadrilhas juninas estão intensificando os ensaios para entregar o espetáculo para o público. Com o retorno dos concursos de quadrilhas aos moldes de antes da pandemia, os quadrilheiros estão se dedicando, ainda mais, e prometem uma bela festa.
Os ensaios, que começaram ainda no ano passado, em meados de setembro, ganharam força nessa reta final. Além do sábado e domingo, os intensivões também passaram a ocorrer nos dias de semana. Apesar do cansaço do dia a dia, os quadrilheiros dão o sangue para dar o seu melhor dentro dos tablados.
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“Essa reta final é sempre muito corrida. Os últimos dias antes de estrear, do repertório ao figurino, coreografias, passando pela logística de transporte, enfim, tudo é bem tenso próximo da estreia. O São João por si só cura todo o cansaço. Aqui em Maceió, os grandes concursos voltam agora. O friozinho na barriga e a ansiedade sempre vem”, afirma o diretor de projeto e rei da junina, Felippe Oliver.
A junina Flor de Chita, do Eustáquio Gomes, é a atual campeã alagoana e tem sete anos de fundação. Este ano, eles apresentam ao público a história das mulheres trabalhadoras, donas de casa, guerreiras e nordestinas com o tema ‘Vidas Maria e a simpatia do fogo’. “Mergulhamos no universo feminino sem limites, fizemos laboratórios com sertanejas e entendemos melhor suas expectativas e seus sonhos”, disse Oliver.
Levar para os tablados toda a estrutura não é tarefa fácil. Ao todo, são 70 componentes entre dançarinos e produção. Os custos também são altos. “Existe uma cadeia produtiva por trás do espetáculo. Costureiras, banda, projetista… Sem falar depois que iniciam as apresentações, concursos, os custos com ônibus e caminhões ficam maiores ainda. Nos preparamos quase nove meses para esses concursos, e poder mostrar o que preparamos é gratificante. Temos muito amor pelo que fazemos, pois, no fim, somos nós componentes que temos a audácia de custear e tirar esse projeto do papel”, ressalta.
A estreia da junina será dia 4 de junho e tudo tem que estar pronto, por isso, os ensaios durante a semana são imprescindíveis. Quadrilheira há 14 anos, a fisioterapeuta Thayse Brandão conta que está ansiosa para, finalmente, mostrar o trabalho de meses de ensaio.
“Desde o ano passado nós estamos nesse ritmo, mas agora tudo está mais intenso, porque o São João já está aí e é necessário ajustar o que é preciso e finalizar nosso espetáculo antes de apresentá-lo ao público na nossa estreia. Estamos muito ansiosos, animados e confiantes com o lindo projeto que vamos apresentar”, afirmou. Ela representa uma das quatro “Marias” que contam a história desenvolvida pela quadrilha.