Em continuação à proposta de transformar a indústria têxtil em um mercado sustentável e, ainda assim, lucrativo, a Fundação Ellen MacArthur (EMF, na sigla original) apresentou um novo projeto, o Fashion ReModel. Com o objetivo de incorporar práticas de economia circular, a iniciativa já reúne 150 marcas interessadas nos avanços.
Nos últimos anos, parte dos consumidores de moda passaram a adotar práticas em prol da sustentabilidade. O reparo de peças antigas, a busca por brechós e o aluguel de peças são negócios que têm entrado em evidência como alternativas ao mercado tradicional.
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Essas quatro modalidades de consumo se enquadram nos pilares da moda circular. Atualmente, o modelo representa cerca de 3,5% do consumo fashion, mas até 2030 pode ser equivalente a 23% da indústria, de acordo com a EMF.
Sobre o Fashion ReModel
O Fashion ReModel surge como parte da missão da Fundação Ellen MacArthur de mudar a indústria fashion da economia linear para a circular. Com o suporte de organizações e acadêmicos, o projeto traz um documento de orientação técnica que busca alinhar cada etiqueta participante e manter os produtos em circulação de acordo com os parâmetros do modelo adotado.
Para que o lucro das empresas não dependa da confecção de novos produtos com matérias-primas virgens, elas precisam aderir ao reaproveitamento de peças já criadas no mercado. O avanço no consumo de moda circular representa uma oportunidade de US$ 700 bilhões.
Entre as marcas que já integram o programa, estão H&M Group, Primark, Arc’teryx, Arket, COS, Weekday, Reformation e Zalando. A ideia também é reduzir a quantidade de descartes de têxteis.
Após a conclusão do The Jeans Redesign, projeto que ficou em vigor de 2019 a 2023 com o intuito de transformar a produção do jeans em um processo mais ecológico, a Fundação Ellen MacArthur busca impulsionar a sustentabilidade em outros contextos. Em nota, Guilhereme Suertgaray, gerente de projetos da organização, resumiu o Fashion ReModel como “uma forma de acelerar a transformação da atual economia linear para uma economia circular”.
De acordo com o brasileiro, responsável pelas atuações da EMF na América Latina, a transformação do sistema econômico é crucial para frear o impacto ambiental causado pelo descarte de resíduos têxteis de forma efetiva. “Aproveitar o potencial inovador e criativo da indústria da moda é essencial para que exista uma mudança na forma como ela faz dinheiro, dissociando o lucro da produção, e criando um futuro mais próspero e resiliente”, destacou o executivo.
Fundação Ellen MacArthur
A organização sem fins lucrativos que leva o nome da fundadora e velejadora britânica Ellen Patricia MacArthur propõe uma transição da economia linear para a circular. Desde 2009, a instituição estabelece parcerias entre corporações públicas e privadas. A EMF trabalha em busca de uma indústria que se responsabilize pelos impactos ambientais e proporcione solução de desafios globais, como as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade.
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