Com a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que farmácias realizem o teste rápido de Covid-19 em clientes, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de Alagoas (CRF-AL) vem buscando guiar os profissionais do estado para a aplicação da medida no estado. Segundo o presidente do conselho, Robert Nicácio, poucos estabelecimentos em Alagoas terão estrutura para realização dos testes, que devem custar a partir de R$ 99.
O CRF ainda aguarda a publicação de duas notas técnicas da Anvisa que devem guiar exatamente os procedimentos de como o teste deve ser realizado, mas a expectativa é que sejam diretrizes semelhantes às adotadas por testes atualmente disponíveis nos estabelecimentos, como os de algumas Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
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"Atualmente, a regra é ter uma sala de serviços farmacêuticos, um profissional capacitado para a realização dos testes e permissão da vigilância sanitária local", diz Robert. Em grandes cidades, a permissão deve vir da vigilância sanitária municipal e, no caso de municípios menores, da vigilância estadual.
A expectativa é que a maioria das farmácias habilitadas sejam de grandes redes, que normalmente possuem os requisitos e profissionais habilitados para a manipulação de medicamentos, por exemplo. A permissão para os testes é temporária e emergencial, e deve ser reavaliada com o tempo.
Os preços dos testes nas fornecedoras giram em torno de R$ 99 e é a partir daí que os valores devem partir para serem cobrados. "É um valor pequeno comparado aos testes clínicos, que chegam a R$ 350", conta o farmacêutico.
Vale ressaltar, porém, que um teste rápido não tem a mesma eficácia que um teste clínico e, por isso mesmo, não deve entrar na conta oficial de casos de Covid-19 dos estados, apesar da recomendação da Anvisa que as secretarias de saúde acompanhem os números das farmácias. "Um teste rápido busca os anticorpos que seu corpo produz para combater o vírus na sua corrente sanguínea. Caso a doença esteja em estágio inicial, talvez haja um falso negativo", explica o presidente do CRF.
A medida da Anvisa busca desafogar os sistemas públicos de saúde dos estados e as longas filas que há em alguns laboratórios para a realização de testes, evitando também aglomerações. "Estamos na expectativa de também ver uma normativa sobre a aglomeração de pessoas nessas notas técnicas sobre o teste, pois há essa questão do isolamento social", diz Robert.
A realização de testes rápidos para Covid-19 em estabelecimentos farmacêuticos não será mandatória, e drogarias não estão habilitadas.