O subsecretário adjunto de Economia do Mar do Rio de Janeiro, Marcelo Felipe Alexandre, ministrou uma palestra, nesta sexta-feira (29/11) sobre "A importância da Economia do Mar para o Desenvolvimento Econômico", promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea).
Nos últimos anos, o Brasil tem se atentado ao potencial da exploração econômica sustentável da “Amazônia Azul”, região que, segundo a Marinha do Brasil, abrange a superfície do mar, as águas sobrejacentes ao leito marinho, e os recursos do solo e subsolo marinhos, estendendo-se até o limite da Plataforma Continental brasileira.
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Alagoas deu o primeiro passo para discutir o aproveitamento sustentável dessas riquezas naturais com a palestra, que também contou com o apoio da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg-AL) e da Capitania dos Portos. O vice-presidente da Fiea, José da Silva Nogueira Filho, destacou a importância do evento, que contou com a presença de representantes da academia, setor público e privado, evidenciando o grande interesse pelo tema.
Próximos passos
Nogueira anunciou o 1º Fórum de Economia do Mar, marcado para 13 de fevereiro de 2025, que reunirá parceiros para discutir o desenvolvimento sustentável da economia do mar em Alagoas. "Essa é mais uma frente da Fiea para trazer investimentos e promover o crescimento do nosso estado", afirmou.
Marcelo Felipe, oficial superior da Reserva da Marinha do Brasil, compartilhou a experiência do Rio de Janeiro, onde foi criada a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (Sinemar), pioneira no país. A secretaria desenvolve iniciativas envolvendo a sociedade, como a Comissão Estadual de Desenvolvimento da Economia do Mar (Cedemar), que reúne academia, empreendedores e governo para formular políticas públicas com foco em geração de emprego, renda e alimentos, principalmente através da pesca.
Potenciais de Alagoas
O comandante Rodrigo Garcia, capitão dos Portos de Alagoas, destacou o enorme potencial da Amazônia Azul, que cobre 60% do território nacional, com 5,7 milhões de quilômetros quadrados, ricos em biodiversidade, recursos vivos e não vivos, além de petróleo e gás natural. Para ele, Alagoas tem grandes oportunidades, especialmente nos setores de turismo náutico e pesca. "Este evento é o início de um processo que pode levar à criação de uma Secretaria da Economia do Mar em Alagoas e a grupos de trabalho para explorar essas oportunidades de forma sustentável", afirmou.
Turismo e pesca como vetores de srescimento
A secretária de Estado do Turismo, Bárbara Braga, ressaltou que a economia do mar é uma vocação natural para Alagoas, dado seu vasto litoral, rios e lagoas. Ela destacou o potencial do turismo náutico, como a chegada de cruzeiros, que na temporada 2024/2025 deverá registrar mais de 140 mil passageiros a bordo de 13 navios, com 33 paradas no Porto de Maceió. "A economia do mar não envolve apenas cruzeiros, mas também o comércio local, restaurantes e bares, além do potencial de interiorização do turismo", explicou.
Impacto social e econômico
A presidente da Federação dos Pescadores e Aquicultores de Alagoas (Fepeal), Maria José Santos, destacou que o desenvolvimento da economia do mar beneficiará diversos setores da economia estadual. "Isso impulsionará o setor pesqueiro e trará um grande crescimento para nossa economia", concluiu.