Foi enterrado, na tarde dessa terça-feira (2), o paciente psiquiátrico Eliseu Cirino, de 44 anos. Ele morreu após ser agredido dentro do Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR), em Maceió. Segundo a unidade de saúde, o agressor seria outro interno, que teria sido motivado por um desentendimento. A família, no entanto, acredita em outra versão para o fato. Um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado e a polícia deve investigar o caso.
Eliel, irmão da vítima, explica que a agressão teria ocorrido na noite do dia 22, e a família só teria sido notificada na manhã seguinte. Na ocasião, o hospital informou à família que o paciente teria sofrido apenas uma pancada na cabeça, ao tentar apartar um desentendimento entre internos, e que seu caso não seria grave. Mas, ao chegar ao Hospital Geral do Estado (HGE), para onde Eliseu foi transferido, o quadro de saúde dele era outro. "Quando chegamos lá, ele estava em coma, com traumas na cabeça, na coluna e no tórax", explica Eliel. A causa da morte foi um trauma cranioencefálico (TCE).
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Segundo relato de funcionários do Portugal Ramalho, Eliseu teria sido agredido por outro interno, que já deveria, inclusive, ter recebido alta do hospital, há alguns meses, mas incorria em episódios de surto. Esse paciente teria, então, agredido Eliseu até que este ficasse desacordado. Ele foi socorrido ainda no HEPR e encaminhado para o setor clínico, onde foi verificada a necessidade de transferí-lo para o HGE devido à gravidade das lesões.
A família procurou a polícia e registrou um Boletim de Ocorrência (BO) para que o caso seja investigado. O Ministério Público de Alagoas (MP/AL), por meio da Promotoria de Crimes Contra a Pessoa com Deficiência, informou que pediu a abertura de um inquérito policial para apurar o caso. Os funcionários e diretores presentes no dia do ocorrido serão intimados a depor.
O HEPR disse à imprensa estar tomando as medidas cabíveis para elucidação dos fatos. Por meio de nota, o Portugal Ramalho informou que no local há o risco iminente de um surto ou de um impulso agressivo acontecer por parte dos internos.
Confira a nota na íntegra:
O Hospital Portugal Ramalho, consternado com a notícia do falecimento do paciente Elizeu Cirino, comunica que está tomando todas as providências para o esclarecimento dos fatos que levaram o paciente a óbito. Contudo, salientamos que apesar de todos os cuidados da equipe multiprofissional e todos os usuários recebendo a terapêutica medicamentosa, o risco iminente de um surto, de um impulso agressivo pode acontecer.
Como em todo hospital psiquiátrico, a agressividade, a agitação psicomotora ocorre em suas variadas formas contra a equipe de profissionais, contra um paciente ou entre si. A depender do grau de agitação ou da patologia que o paciente é portador, ele pode sim, apresentar risco para a integridade física de outros pacientes, dos profissionais e deles mesmo. O caso em questão, ocorreu em uma enfermaria de pacientes com transtorno mental grave.
Vânia Fontan - Médica psiquiatra e diretora médica do HEPR .
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