A carona para um amigo, na última segunda-feira (12), terminou com a apreensão do veículo do motorista por aplicativo José Adriano dos Santos, de 30 anos, e multas que chegam a cerca de R$ 1 mil. Sob a alegação de que estava fazendo transporte clandestino, funcionários da Agência Reguladora de Serviços de Alagoas (Arsal) autuaram o trabalhador.
Há mais de 48 horas sem a fonte do sustento próprio e da família, o motorista reclama do que classifica como arbitrariedade. "Quais as provas que eles têm? Agora só posso andar no carro com o app ligado? Motorista de app não faz mais viagem pessoal, tudo é a trabalho", questiona.
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Segundo o relato de Adriano, a única explicação que os fiscais disseram foi que "todos [os autuados] dizem a mesma coisa". Ele conta ainda que, mesmo com os passageiros confirmando a relação pessoal e de amizade, e afirmando que não houve cobrança e sim uma carona entre amigos, os fiscais pararam uma van de transporte alternativo para que os passageiros seguissem viagem. "Eles não tinham dinheiro para van nem pra nada, por isso me pediram e eu dei essa ajuda", desabafou.
Com o carro apreendido e, consequentemente, sem poder trabalhar, José Adriano conta que precisou pedir cartão de crédito emprestado para pagar as despesas para liberar o veículo, o que ainda não aconteceu. "Deu mais de mil reais tudo. O carro é alugado. Meu lucro depende do meu trabalho. Tenho aluguel de casa, pensão, filho", desabafa.
"PROCEDIMENTO PADRÃO É AUTUAR O MOTORISTA", DIZ ARSAL
Questionada, a Arsal informou que nesses casos o motorista é abordado e é feita uma entrevista para saber se o mesmo está fazendo o transporte de passageiros. "O procedimento padrão é autuar o motorista, e se ele alega que foi injustiçado, então ele pode recorrer dessa atuação no setor de Protocolo da Arsal, que funciona no térreo do prédio-sede".
O procedimento consiste em o fiscal entrevistar o motorista, checar documentação, verificar que tipo de transporte está sendo realizado e conversa com os passageiros também para ver se está caracterizado o transporte irregular de passageiros.
No caso específico, segundo a Arsal, o rapaz alegou que era motorista de aplicativo, mas na verificação do fiscal o aplicativo estava desligado.