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Jovem que perdeu couro cabeludo em acidente de kart ganha peruca

Emocionada, Débora Dantas se surpreendeu com semelhança do acessório com o cabelo que tinha antes do escalpelamento

Depois de cinco meses do acidente de kart em que perdeu o couro cabeludo, a jovem Débora Dantas saiu de casa em direção a um salão de beleza em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Ela sabia que iria ganhar um presente, mas não fazia ideia de que seria presenteada com a peruca que reproduz o que era seu cabelo antes da fatalidade.

"Lá no hospital eu disse assim: "eu nunca fui num salão de beleza, e agora eu não posso mais". E agora a gente está aqui", disse a jovem de 19 anos, ao ganhar um "dia de princesa".

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Em segredo, 17 pessoas trabalharam numa peruca feita especialmente para Débora. "Eu usei todas as técnicas atuais, com as referências internacionais, como a Beyoncé", afirmou o peruqueiro Luiz Crispim.

Em outros casos, uma peruca fica pronta em 20 dias. Para Débora, a peça foi confeccionada em três meses. "Eu quis nesse momento trazer a réplica de como era o cabelo da Débora antes da queda", disse Crispim, que teve a consultoria de um cirurgião plástico.

"Quando acontece um escalpelamento, o mais importante é saber que aquele tecido que é colocado ali tem que ser um tecido que possa transpirar", informou o cirurgião plástico Nívio Moreira.

Reencontro com si mesma

Depois de contar os minutos à espera da surpresa, o encontro aflorou o sentimento de gratidão nos dois: em Débora, pelo presente, e em Luiz, pela inspiração a partir da história da jovem.

"Essa força de continuar a vida e querer motivar outras pessoas... Eu fiquei sabendo que ela deu palestras em escolas públicas. Uma das pessoas que ela mais motivou fui eu", afirmou Crispim.

Depois de ajustes na peruca, que reproduz o ondulado e a cor dos cabelos que Débora tinha antes do acidente, a jovem se reencontrou com si mesma.

"Estou me lembrando de muitas coisas, de quem eu era. Eu me lembro de quem eu era, sabe?", disse.

Com a "amputação" do couro cabeludo, a identidade de Débora também se perdeu. Mas o vazio foi ocupado pelo namorado, Eduardo Tumajan, que prestou socorro logo após o acidente. O amor dos dois liga o antes e o depois do acidente no kart.

"Eu espero primeiramente que ela recupere a saúde, que tenha oportunidade de estudar, de trabalhar, de ter uma vida normal", afirmou Eduardo.

Impasses no tratamento

A pista de kart funcionava num hipermercado no Recife, que pagou o tratamento até o fim de 2019. Além da dor física, na cabeça, a jovem também sente algo que vem de dentro. "Muda tudo. A minha visão de sociedade. A minha inserção na sociedade em si", disse.

Durante o acidente, a pele foi arrancada desde a altura dos olhos até a nuca da jovem. Para enfrentar a perda da imagem que tinha, a jovem tenta se inserir de novo na sociedade se expondo, sem medo, nas redes sociais. Ela também se dedica a um tratamento que não é fácil.

Desde o acidente, foram 20 cirurgias em hospitais do Recife e de Ribeirão Preto (SP), mas o tratamento está longe de terminar. Ainda falta uma série de cirurgias plásticas ao longo de cerca de seis anos. Em 2020, a caminhada ganhou um novo obstáculo a ser enfrentado. Para a surpresa de Débora, a continuidade do tratamento é incerta.

"Esse auxílio [da rede de supermercados] foi encerrado abruptamente por questões do interesse deles, ignorando a necessidade. Não é nem uma questão de opção, é uma necessidade que Débora possui em prosseguir esse tratamento, que, aliás, é longo", afirmou o advogado da jovem, Eduardo Barbosa

"No dia 6 [de janeiro] eu tinha que estar no hospital fazendo uma cirurgia e retirando pontos que estão saindo da minha cabeça. Esses pontos têm grande risco de infeccionar", disse Débora.

Desta vez, a jovem não saiu do Recife. Segundo o advogado de Débora, Eduardo Barbosa, o hipermercado passou a condicionar o pagamento à solução de um acordo sobre indenização. "Foi informado que ela não mais prosseguiria no tratamento, a não ser que renunciasse a direitos concretos que ela possui de indenização", afirmou Barbosa.

"Eu espero que se resolva isso porque é muito triste. É muito desumano, é cruel passar por isso. Eu desejo que ninguém nunca mais passe por isso. Porque é um misto de sentimentos ruins e frustrações. É uma falta de respeito", disse Débora.

O que diz a empresa

O hipermercado, porém, apresenta outra versão. A empresa lembra que custeou todo o tratamento até agora e explica que o procedimento de janeiro foi reagendado, e diz que o novo cronograma também será cumprido independentemente de acordos sobre qualquer outra questão.

"Nós planejamos mais dez procedimentos para ela fazer ao longo do ano. Um deles é o transplante capilar para reconstruir e refazer a sobrancelha dela", disse o médico Alex Fioraventi.

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