O advogado e policial militar da reserva João Neto disse, em entrevista àGazetaweb, que os acusados que invadirem seu estabelecimento comercial no bairro do Santos Dumont, na parte alta de Maceió, eram conhecidos na região e estavam observando toda movimentação do funcionário Paulo Ricardo, que estava fazendo entregas para uma festa e estaria com mais de R$ 4 mil no bolso - fruto do pagamento das mercadorias. O funcionário recebeu alta nesta terça-feira (24).
"Eu fiz uma venda para uma festa, mas o veículo do meu estabelecimento estava fazendo uma entrega na parte baixa. Por isso, pedi para que o meu funcionário, Paulo Ricardo, fizesse as entregas para essa festa de moto. Ele iniciou por volta das 18h50 e concluiu as entregas às 20h50", contou o advogado.
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Como Paulo Ricardo estava de moto, fez o percursos do depósito até a festa inúmeras vezes, com caixas de cerveja, gelo e outras bebidas. "Inicialmente, os clientes iriam pagar no cartão, porém, na hora, o cartão não passou e, resolveram efetuar o pagamento em dinheiro. Meu funcionário, já orientado, me comunicou via rádio, eu autorizei o pagamento, e ele [Paulo Ricardo] fez a contagem do dinheiro na frente da cliente, para não ter reclamação posterior. Depois ele guardou o dinheiro no bolso e seguiu para a loja".
João Neto relata que, quando o funcionário chegou ao estabelecimento comercial, os acusados o chamaram e conversaram rapidamente. "Eu só escutei quando um disse: "perdeu, perdeu!" e, meu funcionário retrucou: "deixa da tua brincadeira", já entrando no estabelecimento e sendo perseguido pelo atirador". Ele ainda acrescentou que, "o motoqueiro, inclusive, comprava lá", referindo-se a um dos criminosos.
Depois do susto, Paulo Ricardo, o funcionário atingido pelo acusado, foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde permaneceu até esta terça-feira (24). "O projétil atingiu o rosto do meu funcionário. A equipe médica não retirou a bala porque seria mais arriscado". "Ele trabalha há dois meses comigo, nunca tive problemas. Comprei uma moto para que ele pudesse pagar com pequenos descontos no salário. Estava com fardamento novo, estava todo feliz".
O CASO
Imagens da câmera de segurança mostram o momento em que os assaltantes invadem o ponto comercial, um depósito de bebidas no Santos Dumont. Segundo a assessoria de comunicação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL), no mesmo dia da ocorrência, a Diretoria de Prerrogativas e a Comissão da Advocacia Criminal acompanharam o advogado até a delegacia para registrar o boletim de ocorrência do caso.
O caso aconteceu no fim de semana, quando estabelecimento do profissional foi invadido. O secretário-geral da OAB, Leonardo Moraes, informou à Gazetaweb que as imagens não deixam dúvidas que o advogado João Neto reagiu em legítima defesa.