Os requisitos exigidos pelas empresas e a pouca experiência dos alagoanos no mercado de trabalho vêm prejudicando aqueles que procuram por um emprego. Com a pandemia, a situação econômica se complicou no estado, onde muitos perderam seus empregos e precisaram se reinventar.
Muitas pessoas até passaram a cadastrar seus currículos no Sine, a fim de conquistar uma vaga. No entanto, relatam que está sendo difícil encontrar algo com carteira assinada, e atribuem o problema ao cenário atual, onde a economia foi abalada devido ao novo coronavírus.
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"Temos vagas e estamos mandando os currículos. Porém, as empresas acabam não contratando quem a gente envia. Mas as pessoas estão sendo, sim, encaminhadas e as vagas estão chegando aos poucos. A gente percebe que a economia vem reagindo e o movimento retornando. Não está igual a antes, devido a tudo o que passamos, mas creio que vai se recuperar o mais breve possível. Torcemos, também, para que não tenha nenhuma paralisação, para que as coisas retornem gradativamente", disse Camila Limeira, diretora de Trabalho e Emprego do Sine Municipal. E completa: "A mão de obra que não é aproveitada pelas empresas é devido ao não preenchimento dos requisitos exigidos pelos empregados. As empresas levam quem tem mais experiência e bagagem no currículo".
A realidade alagoana, segundo Limeira, é que, em Alagoas, há um deficit de mão de obra qualificada dentro das exigências. "Temos muitas pessoas, mas a maioria não se encaixa nos requisitos exigidos. As pessoas acham que somos um órgão empregador, mas somos um serviço descentralizado da superintendência de trabalho da regional de Alagoas para ajudar a população que busca por um emprego", concluiu.
DESEMPREGO
Como a Gazeta de Alagoas mostrou, Alagoas registrou a 3º taxa maior taxa de desemprego e rendimento do País no terceiro trimestre deste ano, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) .
A taxa de desocupação atingiu 20% - a maior da série histórica, que começou em 2012 - dos alagoanos na força de trabalho. Somente durante o terceiro trimestre deste ano, 25 mil pessoas no estado passaram para o desemprego, que já atinge 222 mil alagoanos.
Os dados mostram que a taxa aferida de julho a setembro deste ano apresentou alta de 2,2 pontos percentuais na comparação com o trimestre anterior (17,8%), e de 4,6 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre do ano passado (15,4%).
Conforme os dados do IBGE, tanto em nível nacional quanto regional, a taxa de desemprego em Alagoas só é menor que a de Sergipe (20,3%) e a da Bahia (20,7%). A média nacional ficou em 14,6%, bem abaixo da realidade alagoana.