O Instituto Trata Brasil colocou Maceió na 74ª posição no ranking do saneamento entre as 100 cidades brasileiras pesquisadas com os melhores indicadores neste aspecto. O relatório da entidade com dados atualizados foi divulgado na manhã desta quarta-feira (18) e traz, ainda, informações comparativas com períodos anteriores. A capital é uma das que mais perdem na distribuição de água do País.
O levantamento aponta que Maceió melhorou a colocação em relação ao ano passado (era a 87ª na relação das 100 cidades avaliadas). E mostra que 96,17% da população total do município (que passa de 1 milhão de habitantes) tinham atendimento de água.
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Porém, um indicador que chama a atenção no estudo é a perda na distribuição. Em 2016, conforme está evidenciado, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) registrou 59,93% de perdas, percentual maior que o ano anterior (58,64%). Neste caso, Maceió é uma das cidades que mais tiveram perdas na distribuição no País.
Isto acontece, geralmente, por causa de problemas da rede de distribuição, que podem aparecer por causa de encanações danificadas, vazamentos e desvio do curso de água por ligações clandestinas.
A pesquisa também revela que o percentual de perdas no faturamento da Casal aumentou de 58,45%, em 2015, para 59,65%, em 2016.
No entanto, a posição de Maceió em relação às outras cidades não é tão ruim quando o Instituto Trata Brasil analisou o índice de esgoto tratado referido à água consumida. Neste quesito, a capital de Alagoas está na 14ª colocação, com 92,09% de cobertura.
Em mais uma edição do Ranking do Saneamento Básico - 100 Maiores Cidades ficou comprovado que os estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais ainda são os que apresentam os municípios com melhores indicadores de água e esgoto no país.
Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil, acredita que as políticas nacional, estadual e municipal de saneamento básico precisam enfrentar a realidade do país.
"Quando discutimos o acesso à água e esgoto no Brasil temos que imaginar as diferentes realidades. Precisamos buscar saídas para avançarmos como país, especialmente no Norte, Nordeste e parte do Sul. O Brasil tem milhares de pessoas sem acesso à infraestrutura mais elementar e isso nos mantém longe do mundo desenvolvido", afirmou Édison Carlos.
POSIÇÃO DA CASAL
A respeito da divulgação dos dados do Instituto Trata Brasil, nesta quarta-feira (18), a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) esclarece o seguinte:
- O dado mais atual a respeito das perdas de água, em Alagoas (considerando os 77 municípios atendidos pela Casal), é em torno de 46%, portanto, diferente e bem menor que o dado referente a 2016, que é de 59,93%, conforme divulgado pelo Instituto Trata Brasil;
- Essa redução foi possível graças a uma série de ações executadas para combater perdas, como substituição de redes antigas, aumento das fiscalizações para combate ao consumo clandestino, modernização de equipamentos, equalização da pressão da água nas redes e adoção de novas práticas nas Estações de Tratamento de Água (ETAs);
- A Casal ressalta que a principal causa das perdas de água não são os vazamentos, mas sim os desvios, o consumo clandestino e o furto de água pela população. A quantidade de água que não é faturada pela empresa devido ao consumo clandestino é bem maior do que a aquela que se perde pelos vazamentos. A Companhia trabalha com empresas prestadoras de serviços que fazem a retirada de vazamentos num prazo máximo de dois dias úteis, a partir do comunicado feito ao Call Center (0800 082 0195). Ao mesmo tempo, aperta o cerco ao consumo clandestino com ações comerciais e de fiscalização;
- Em relação aos prejuízos no faturamento, a Companhia destaca que, em 2016, pela primeira vez após décadas, a empresa deu superavit, que chegou a R$ 7,5 milhões. Para 2017, ano a respeito do qual os dados ainda estão sendo fechados, espera-se um novo superavit de R$ 7,5 milhões. Esses números são o resultado de um processo de recuperação econômico-financeira pelo qual a empresa vem passando na atual gestão. Vale lembrar que, em 2015, o deficit nas contas da Casal foi de R$ 23 milhões; já em 2014, ainda na gestão passada, esse deficit foi de R$ 53 milhões.