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Estação das flores chega com mudanças climáticas que impactam na saúde mental e física

Aumento da luminosidade e da temperatura, têm efeitos importantes sobre o humor e a disposição das pessoas


				
					Estação das flores chega com mudanças climáticas que impactam na saúde mental e física
Estação das flores chega com mudanças climáticas que impactam na saúde mental e física Área arborizada na Praça do Centenário, em Maceió. Alagoas - Brasil. Foto:@Ailton Cruz. Ailton Cruz

Neste domingo, 22 de setembro, daremos boas-vindas à primavera, estação que é marcada pelas flores, cores e perfumes, que tornam o ambiente mais vivo e ressalta a beleza de jardins, parques e ruas. O canto dos pássaros também se intensifica junto aos raios de sol, que duram mais tempo nesta estação, onde os dias se tornam mais longos e as noites mais curtas.

As transformações no clima da estação também trazem impactos importantes para a saúde mental e física das pessoas. O aumento da luminosidade e da temperatura, têm efeitos importantes sobre o humor e a disposição das pessoas. O contato mais frequente com a luz natural e a redução do frio, com o fim do inverno, dão uma sensação de bem-estar e uma maior disposição para ficar ao ar livre.

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No entanto, a beleza da estação também carrega alguns desafios. A mudança climática pode intensificar doenças sazonais, como alergias e rinites.

“A primavera traz consigo uma sensação de renovação, que é amplamente influenciada pelas mudanças climáticas e pela maior presença de luz natural. Essas transformações no ambiente costumam impactar o comportamento social, pois o clima mais ameno e os dias mais longos incentivam as pessoas a saírem mais de casa e fazer atividades ao ar livre. Isso contribui para uma maior disposição social, já que o contato com a natureza e com outras pessoas melhora o humor e reduz o estresse”, explica a psicóloga Amanda Beatriz.

Conforme explicou, o aumento da luz solar desempenha um papel crucial na produção de serotonina, neurotransmissor associado ao bem-estar e à felicidade. “Com mais horas de luz, há uma tendência de aumento dessa produção, o que pode melhorar o humor e a disposição. No entanto, é importante lembrar que esses benefícios podem trazer melhoras e podem causar mudanças positivas de formas diferentes, podendo variar de pessoa para pessoa”, completa Amanda.

Para indivíduos que sofrem de transtornos como depressão ou ansiedade, essa elevação na produção de serotonina pode não ser suficiente para uma melhora significativa, sendo recomendado o acompanhamento psicológico.

O sentimento de renovação que a primavera traz, segundo Amanda, também pode estimular práticas de autocuidado. “Esse sentimento pode inspirar práticas de autocuidado, como meditação, aumentando a busca por momentos de relaxamento e introspecção. Esses momentos de conexão consigo mesmo são fundamentais para a promoção da saúde mental e autoconhecimento.

Entretanto, ela também alerta que para pessoas com Transtorno Afetivo Sazonal (TAS) — uma forma de depressão ligada à redução da luz natural durante o inverno —, a primavera pode servir como um período de recuperação.

“Com o aumento da exposição à luz solar, há uma melhora na regulação do ciclo sono-vigília, uma diminuição nos níveis de melatonina e um aumento na produção de serotonina, o que pode melhorar o humor e a energia. Contudo, é importante que essas pessoas continuem acompanhando sua saúde mental de perto, pois as mudanças sazonais podem não ser a única causa de seus sintomas.”, pontua Amanda.

Temperatura alta, pouca chuva e ventos intensos

Além dos efeitos diretos sobre o humor, a primavera também traz mudanças importantes nas condições climáticas. Para Alagoas, o período promete ser marcado por temperaturas mais altas e baixa incidência de chuvas e ventos com maior intensidade.

De acordo com Vinícius Pinho, Superintendente de Prevenção em Desastres Naturais da Semarh, as principais características dessa estação são a elevação gradual das temperaturas e a diminuição da quantidade de chuvas. “Na primavera, os ventos começam a soprar mais intensos, e mudam de direção, de Sudeste para Nordeste, trazendo ventos mais quentes e secos. Além disso, é um período fora do ciclo de recarga hídrica, o que significa que teremos um período bastante seco em Alagoas.”

Segundo ele, em comparação aos anos anteriores, a expectativa é de que a primavera de 2024 seja mais seca do que 2022 e 2023, marcada por eventos extremos de chuva.

Outro fator relevante para a previsão climática é a neutralidade em relação aos fenômenos El Niño e La Niña. Pinho explica que o Oceano Pacífico não terá grande influência sobre o clima em Alagoas. “A influência maior se dá pela temperatura do Oceano Atlântico, que tem mostrado uma leve redução nas águas próximas ao nordeste, indicando uma menor formação de chuvas. Até porque, quando a temperatura é mais fria no Oceano Atlântico próximo da costa, significa que teremos menos evaporação, menor evaporação e menos combustível para a formação de chuva”, explica Pinho.

Ele ressalta os cuidados que devem ser tomados durante essa época do ano, especialmente com a elevação das temperaturas e a intensificação dos ventos. “A população deve estar atenta à hidratação, ao uso de protetor solar e evitar exposição ao sol em horários de pico. Além disso, é importante que os órgãos de proteção civil estejam alertas quanto à intensidade dos ventos, para evitar acidentes com queda de árvores e estruturas.”

Doenças sazonais

Apesar de toda a beleza da primavera, a estação também provoca um aumento das doenças sazonais, como alergias e rinites. De acordo com a médica alergologista Eliane Jordão, os principais tipos de alergias que afetam a população durante a primavera são a rinite alérgica, que atinge cerca de 35% das pessoas, asma (10%) e conjuntivite alérgica.

“Elas se manifestam por sintomas como coceira no nariz, corrimento nasal, espirros, lacrimejamento, coceira e vermelhidão nos olhos, além de tosse e falta de ar. É importante diferenciar essas condições de resfriados e gripes, que normalmente vêm acompanhadas de febre e dores no corpo”, explica a especialista.

Eliane também destaca que as mudanças climáticas, como o aumento das temperaturas e a propagação de alérgenos no ar, como pólen e poeira, agravam esses quadros. Para reduzir os impactos, ela aconselha manter ambientes limpos e arejados, lavar roupas e lençóis com sabão neutro, permitir a entrada de luz solar nas casas e realizar hidratações nasais frequentes.

“A primavera é um período em que os alérgicos devem redobrar os cuidados. O tratamento mais eficaz neste período é a hidratação da via respiratória, o uso de antialérgicos, tópicos nasais com corticoide ou bombinhas (aerossóis) broncodilatadores para crises agudas de asma prescritos pelo médico assistente especialista (alergologista)”, conclui Eliane.

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