A confusão envolvendo a Polícia Militar na final do Campeonato Alagoano de Futebol foi tema de discussão nessa segunda-feira (29), em reunião no Tribunal de Justiça. O objetivo era discutir possíveis procedimentos a serem adotados pelas entidades de segurança do Estado para evitar desvio de conduta por parte dos policiais.
Durante a reunião, convocada pelo vice-presidente da Conselho Estadual de Segurança (Conseg), Márcio Roberto, também sub procurador-geral do Ministério Público, foi esclarecido que a situação envolvendo os militares está sendo apurada pelo comando da PM. Caso constatado o abuso, os responsáveis serão punidos.
Leia também
"Esse caso teve uma conotação maior na mídia e despertou o sentimento no conselho para de que seja tomada alguma atitude que venha a evitar desvios de conduta por parte da polícia", apontou ele, referindo-se ao episódio da final do Alagoano, no último dia 21, quando torcedores denunciaram terem sido alvo de ação truculenta de militares.
Parte do encontro entre os representantes da Segurança Pública e da Justiça foi sigilosa e não pode ser acompanhada pela imprensa. Presente no local, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Nivaldo Barbosa, ressaltou o compromisso do órgão com a questão.
"Há um compromisso da Ordem com relação à segurança pública, pois a segurança é um dos princípios básicos dos Direitos Humanos", disse. "Temos visto cada vez mais situações de excessos policiais e temos que tomar as rédeas desta situação. Para que a polícia seja respeitada, ela deve saber respeitar", acrescentou.
No início do próximo semestre, a OAB vai ministrar palestras nos quartéis sobre as prerrogativas da polícia, para que os agentes de segurança pública saibam mais a fundo suas obrigações e limites.
Sobre a investigação do caso do campeonato, o Comando-Geral da PM ressaltou que uma investigação está sendo realizada pela corporação para descobrir as circunstâncias do fato. Segundo o comandante, coronel Marcos Sampaio, "a verdade só vai aparecer depois da apuração".
"Não sei a verdade real do fato, que só vai aparecer depois da apuração. É bom que fique claro que existe prazo e ele está previsto na legislação e, além desse prazo, existem as prorrogações. Então, é importante e prudente que a gente aguarde as investigações para nos pronunciarmos sobre a ocasião", ressaltou o militar.
A confusão aconteceu após a vitória do CSA sobre o CRB na final do Campeonato Alagoano 2019. Torcedores azulinos que comemoraram na antiga Avenida Amélia Rosa, na Jatiúca, alegam ter sido vítimas de ações truculentas por parte de policiais, que atiraram bombas de efeito moral e balas de borracha, além de jogar spray de pimenta.
A PM, por sua vez, informou que toda a ação foi registrada através de um Boletim de Ocorrência (BO). No primeiro momento, foi solicitado que a torcida desligassem um som, mas houve revolta por parte deles. A corporação relatou que algumas pessoas jogaram pedras, garrafas e outros objetos nos policiais, causando o tumulto.
Além da Polícia Militar, do Ministério Público e da OAB, também participaram da reunião o chefe de gabinete da Secretaria da Segurança Pública, de representantes do governador Renan Filho e da Perícia Oficial.
App Gazeta
Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos
