Ave símbolo do Estado, o mutum-de-alagoas será reintroduzido na fauna local na próxima sexta-feira (22), após quase 30 anos sem registros do pássaro na Mata Atlântica alagoana. Inicialmente, o mutum será encaminhado para uma reserva localizada na Usina Leão, no município de Rio Largo.
A primeira área utilizada para reintrodução da espécie será o Centro de Educação Ambiental Pedro Mario Nardelli. O nome foi escolhido para homenagear o pesquisador que se dedica ao trabalho de preservação do pássaro há mais de 42 anos. No criatório dele há 121 deles mutuns.
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Ao se adaptar com o clima da região, outros espécimes estarão preservados em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), criadas em áreas com mais de 970 hectares. Para dar mais robustez ao ato de reintrodução, o governador Renan Filho publicou um decreto no Diário Oficial fortalecendo a proteção à espécie.
O Batalhão de Proteção Ambiental (BPA) terá um papel preponderante na segurança do pássaro, uma vez que uma das causas dos riscos de extinção foi a caça, bem como o desmatamento para o plantio de canas-de-açúcar.
A volta do mutum-de-alagoas foi discutida por um grupo de trabalho formalizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), BPA, Ministério Público Estadual (MPE) e Instituto para Preservação da Mata Atlântica (IPMA).
"A reintrodução do mutum, ave símbolo do nosso Estado, é uma conquista, pois há mais de 30 anos não tínhamos registros desta espécie", ressalta o secretário de Estado do Meio Ambiente, Alexandre Ayres.
O gerente de Gestão Ambiental e Clima da Semarh, Eduardo Barreto, considera que o Estado está preparado para receber o mutum devido às RPPNs. "Todos os agentes envolvidos concederam uma grande contribuição para a preservação de áreas em Mata Atlântica em Marechal Deodoro e São Miguel dos Campos".