Em tempos de coronavírus - quando as unidades de saúde estão com sua capacidade em colapso -, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nessa quinta-feira (7), revela que Alagoas tem o segundo pior índice de enfermeiros por habitantes do País.
De acordo com a pesquisa, o estado tem 101 enfermeiros para cada cem mil habitantes - o que dá uma média de cerca de 1 profissional a cada mil alagoanos. O número de profissionais de Enfermagem em Alagoas só fica à frente do registrado no estado do Pará, que tem 76 profissionais para cada 100 mil habitantes.
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Para se ter uma ideia do que isso significa, o Distrito Federal, que possui o maior número equivalente de profissionais - com 198 enfermeiros para cada 100 mil habitantes -, tem quase o dobro do número de profissionais de Alagoas.
O levantamento do IBGE tem como base o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde de 2019 (DataSUS), que reúne as redes pública e privada, e as Informações de Deslocamento para Serviços de Saúde, da pesquisa Regiões de Influência das Cidades 2018, cujos dados foram antecipados pelo IBGE. Também foram cruzadas informações do Censo Demográfico 2010 com a pesquisa Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil 2015.
Quando levado em conta o número de médicos, Alagoas aparece em oitavo lugar do País com o menor número de profissionais, com 132 médicos para cada 100 mil habitantes. Nesse quesito, o estado do Maranhão aparecem em primeiro lugar com o menor número de profissionais, com 81 para cada 100 mil habitantes. Em seguida aparecem o Pará (85 profissionais), Amapá (95), Acre (108) e Amazonas (111).
Os dados do IBGE mostram que, em 2019, o Distrito Federal possuía a melhor distribuição de médicos do país, com 338 profissionais por 100 mil habitantes. Em seguida, São Paulo, com 260 médicos na mesma comparação. Rio de Janeiro (248), Rio Grande do Sul (244) e Espírito Santo (223) fecham o grupo dos cinco estados com os melhores indicadores. "Por outro lado, os estados com menos médicos estavam concentrados no Norte e no Nordeste", ressalta o IBGE, em nota.
Os números também mostram a distribuição de médicos em regiões com mais de 500 mil habitantes que possuem um polo de referência regional nos atendimentos de saúde de média e baixa complexidade. É o caso de Santarém, no Pará, que tem uma população de 786 mil habitantes e índice de somente 58 médicos por 100 mil habitantes. Irecê, na Bahia, vem em seguida, com 512 mil habitantes e 60 médicos.
"O recomendável são 80 médicos generalistas por 100 mil habitantes. Entretanto, esse parâmetro é válido para uma situação de normalidade. Neste momento de pandemia, essa recomendação deve ser relativizada, pois a demanda pelo sistema de saúde é maior", disse o coordenador de Geografia e Meio Ambiente do IBGE, Cláudio Stenner.