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Alagoas descobre nova vocação e já tem cachaças premiadas internacionalmente

Estado produtor de cana-de-açúcar ganha destaque em prêmios internacionais e mira alta gastronomia

A história das terras alagoanas é bem marcada pela cultura da cana-de-açúcar. Os antigos engenhos povoam memórias e marcam a vida de muitas pessoas. Das plantações de cana se retiram o melaço, o açúcar, o álcool para combustível e o caldo, que após muita fermentação, dá origem a um produto reconhecido nacional e internacionalmente: a cachaça.

Apesar de ser uma das mais famosas bebidas produzidas no Brasil, ela não tem uma origem demarcada na história. Alguns pesquisadores apontam que a cachaça surgiu do caldo tomado pelos escravos, que a chamavam de "cagaça". Eles eram responsáveis pela produção do açúcar da cana-de-açúcar, mas, às vezes, acontecia de o "caldo desandar" e começar a fermentar, então, já não prestava mais para adoçar e era jogado fora.

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Alguns escravos aproveitavam a oportunidade para provar aquela bebida e acabavam trabalhando com mais entusiasmo. Com o tempo, o método de preparo foi aperfeiçoado e o líquido passou a ser filtrado e depois destilado. Se, em tempos seculares, a cachaça de cabeça ou artesanal fazia a alegria dos escravos - mesmo que depois acabasse provocando uma tremenda enxaqueca - , atualmente ela é considerada uma bebida respeitada e apreciada em todo o mundo.

Fazendo uso dos avanços nos processos de fermentação, passando pela fermentação com fubá de milho e chegando às enzimas, em Alagoas a bebida é de alta qualidade. A prova da evolução da qualidade são os prêmios internacionais já recebidos pelas cachaças alagoanas. Segundo dados da Associação dos Produtores de Cachaça de Alambique e outros Derivados da Cana-de-açúcar de Alagoas (Aprocal), existem, regulamentadas pelo Ministério da Agricultura, seis diferentes cachaças produzidas artesanalmente no estado.


				
					Alagoas descobre nova vocação e já tem cachaças premiadas internacionalmente
FOTO: Kaio Fragoso/ Ascom Sedetur

Em Campo Alegre, são produzidas as cachaças Caraçuípe e a Escorrega; em São Sebastião tem a Gogó da Ema e em Arapiraca existe a Brejo dos Bois.

Para Renato Coutinho, da Caraçuípe, o segredo da boa cachaça está na preocupação com a qualidade do produto que é oferecido para os consumidores. Segundo ele, houve muito investimento para garantir cachaças com gostos e aromas exclusivos.

Os resultados desse cuidado são vistos nos prêmios recebidos - a Caraçuípe foi medalhista na Expo Cachaça em Minas Gerais, em 2014, e, no mesmo ano, foi eleita uma das três melhores cachaças do país pela Editora Abril. No total, a empresa possui 7 premiações, entre nacionais e internacionais. A Cachaça Caraçuípe é comercializada em 16 estados do país, e está em negociação para começar a exportar para os Estados Unidos e para a Europa.


				
					Alagoas descobre nova vocação e já tem cachaças premiadas internacionalmente
FOTO: Divulgação

"Prezamos sempre pela qualidade das nossas cachaças. Desde a moagem da cana até a qualidade dos barris de carvalho para o armazenamento. Tudo isso influencia no sabor final das nossas cachaças. Queremos sempre levar o melhor para o consumidor", comentou Renato.

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Não tão distante, no município de São Sebastião, também é produzida outra cachaça alagoana que, além de ser uma das mais premiadas do estado, é a mais irreverente. Recentemente, para atrair o público do Rock N' Roll, a Gogó da Ema lançou uma garrafa em formato de caveira.

A empresa alagoana Gogó da Ema atua no cenário de uma bebida mais requintada, que disputa espaço com destilados internacionais desde 2004. Com uma cachaça produzida em um alambique artesanal que fica localizado na Fazenda Recanto, a empresa já conquistou diversos prêmios pela qualidade da bebida.

"Hoje podemos dizer que a Gogó da Ema está entre as melhores cachaças do Brasil, sendo muito bem distribuída e divulgada nos principais eixos de consumo do mercado brasileiro, como no Sul e no Sudeste, além de já ter sido protagonista de dezenas de revistas especializadas e renomadas, sempre com um parecer de especialistas críticos em gastronomia", comentou o diretor Geral da Gogó da Ema, Henrique Tenório.


				
					Alagoas descobre nova vocação e já tem cachaças premiadas internacionalmente
FOTO: Divulgação

Henrique conta que o caminho percorrido para chegar às 15 premiações que a Gogó da Ema possui (entre nacionais e internacionais) não foi fácil, principalmente no qeu diz respeito a quebrar o preconceito dos próprios alagoanos com as cachaças da terra.

"Percebi que uma boa parcela dos meus clientes comparavam minha bebida com aguardente e que preferiam cachaças de melhor qualidade. Foi então que busquei novos métodos e formas de melhorar a qualidade do meu produto. Hoje, temos um dos melhores maquinários e barris da melhor qualidade para a produção e armazenamento da cachaça. As premiações são fruto disso e eu não me canso. Quero sempre o melhor pra mim e para os meus consumidores", disse.

Os desafios e a inovação sempre foram a marca de Henrique, que começou a comercializar uma cachaça em uma garrafa em formato de caveira. Segundo ele, o objetivo era atrair o público roqueiro a conhecer e apreciar o seu produto.

"Surgiu após a vontade de ter um produto voltado para a galera do Rock and Roll, pois também sou do rock e queria muito ver essa turma consumindo minha cachaça, meu produto! Lançamos apenas um lote limitado, para testar o mercado, mas foi um sucesso e hoje é um dos produtos mais vendidos de nossa linha", destacou.

Apoio do Governo

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) realiza um trabalho de análise do potencial turístico das cachaças, para a inclusão em rotas do turismo em Alagoas, além de contribuir com a divulgação daquelas que são produtos turísticos.

De acordo com a assessoria da Sedetur, depois que a cachaçaria tem seu potencial turístico reconhecido e faz a interlocução entre o engenho e as agências e receptivos de turismo, para que elas façam parte das rotas dessas empresas. Além disso, a secretaria realiza a divulgação dos engenhos, incluindo os locais no roteiro de press trips realizados com jornalistas e influenciadores digitais.

Além do trabalho no segmento turístico, a Sedetur beneficiou a instalação do Engenho Caraçuipe com incentivos fiscais previstos no Programa de Desenvolvimento Integrado de Alagoas (Prodesin). O Prodesin oferece mais vantagens às empresas instaladas em Alagoas, como a redução de 92% no pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na saída dos produtos industrializados.

"A importância se dá porque expande o turismo de Alagoas para além do Sol e Mar. Forte atrativo cultural, os passeios nos engenhos diversificam as atrações tradicionais das viagens de férias, inovando com roteiros que proporcionam aos visitantes a degustação de cachaças, rapaduras e outros produtos oriundos da cana de açúcar. Além disso, os atrativos ampliam o conhecimento dos visitantes sobre o período de escravidão no Brasil, marcado pelo uso da mão de obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste, na primeira metade do século XVI", destaca a Sedetur

Engenho Brejo dos Bois

Situado no município de Junqueiro, distante 116 km da capital, o Engenho Brejo dos Bois é uma das principais fábricas de produtos orgânicos extraídos da cana de açúcar. Por lá, é possível encontrar a tradicional cachaça envelhecida, a rapadura, mel de engenho e o açúcar mascavo. Em instalações rústicas, a área do engenho fica próximo aos atrativos naturais que podem complementar a experiência, como trilhas, passeios, riachos e infraestrutura turística.

Engenho das Alagoas

Dos derivados da cana de açúcar, o mais conhecido é a cachaça. Entretanto, no Engenho das Alagoas, localizado em Pindoba, distante 92,7 km da capital Maceió, a rapadura e o mel de engenho, que estiveram quase extintos, são os destaques da comercialização. Na visita ao local, o momento de degustação acontece ao final do trajeto, pelos espaços onde são desenvolvidos os processos de produção.

Engenho São Lourenço

Comandado pelo carismático casal Maurício e Silvia Medeiros, o passeio pelo Engenho e Restaurante São Lourenço conta com um clima familiar singular. Por lá, o diálogo entre o turismo histórico e a gastronomia local favorece a produção de iguarias culinárias que utilizam os produtos da cana em suas receitas. Com estrutura de restaurante montada dentro do próprio engenho, o ambiente original satisfaz o paladar e o desejo dos visitantes de conhecer um pouco mais sobre as características regionais de Alagoas.

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