Os advogados suspeitos de invadir o sistema do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) e prejudicar o cumprimento de mandados judiciais atuaram como estagiários na Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL), nos anos de 2016 e 2018. A informação foi divulgada pela assessoria do próprio órgão, nessa quarta-feira (29).
A nota esclarece que a Defensoria foi procurada pela Polícia Civil (PC), em meados de outubro de 2019, sendo informada sobre a suspeita de que senhas da instituição estavam sendo utilizadas indevidamente. Afirma, também, que, imediatamente, e no mais absoluto sigilo, passou a colaborar com a investigação.
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Conforme a nota, um dos advogados suspeitos foi estagiário da Defensoria Pública até junho de 2018 (há mais de 2 anos); o outro estagiário chegou a exercer cargo em comissão por dois meses, sendo exonerado em julho de 2016 (há mais de 4 anos).
A Defensoria explicou que, após ser informada das suspeitas, passou a revisar a segurança do seu sistema, principalmente para acessar processos sigilosos, a fim de evitar que os supostos fatos ilícitos viessem a se repetir.
"A Defensoria Pública condena e repudia, veementemente, as práticas dos supostos ilícitos e informa que continuará colaborando com as autoridades policiais na investigação", finalizou.
OPERAÇÃO
A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (29), uma operação para cumprir três mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal da Capital, cujos alvos foram advogados que atuam nas cidades de Arapiraca e Coruripe. Eles são suspeitos de atrapalhar o cumprimento de mandados judiciais expedidos no Estado.
TJ
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) esclareceu, por sua vez, que não houve qualquer invasão no sistema da Justiça que possibilitou advogados atrapalharem o cumprimento de mandados judiciais no Estado. Em nota, o tribunal afirmou que os acessos às senhas foram detectados pelo próprio Judiciário, após auditoria, classificando a ação de advogados como "fato grave e inaceitável".
OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB-AL) também se pronunciou sobre o caso e informou ter acompanhado, por meio da Diretoria de Prerrogativas, o desfecho da operação da Polícia Civil, cujo alvos foram dois advogados.
A Seccional alagoana disse que aguarda mais informações e continuará acompanhando o caso.