Três em cada 10 árbitros do quadro nacional foram infectados pelo novo coronavírus desde a volta do futebol no Brasil, em agosto do ano passado, até o fim de fevereiro deste ano. O levantamento é da Associação Nacional de Árbitros de Futebol, a ANAF.
Foram cerca de 280 casos positivos, no total. O número equivale a 35% do quadro de árbitros da CBF, que tem à disposição um total de 781 profissionais. Desses, 661 são árbitros, assistentes e operadores de VAR; e 120 são analistas de arbitragem.
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Apesar do alto número de infectados - para se ter ideia, atletas e treinadores tiveram índice de 2,2% no último relatório divulgado pela CBF -, Salmo Valentim, presidente da ANAF, elogiou o protocolo de combate e prevenção à Covid-19 da CBF em suas competições. Nele, a entidade sugere que 12 profissionais de arbitragem sejam escalados para partidas de competições em que tenha VAR (Brasileirão e Copa do Brasil) e cinco para as que não tenha.
Além disso, a CBF bancou a testagem de todos os árbitros e também remunerou mais de 400 árbitros durante a paralisação do futebol no ano passado.
- No sistema que a CBF colocou, foram 90 mil testes que custaram em torno de R$ 30 milhões. Todos que participam de jogos são testados. Eu não vou a todos os jogos, mas toda vez que vou aqui em Pernambuco eu sou testado, isso dá uma segurança grande para que você possa estar ali na bolha - lembrou Salmo Valentim.

Valentim descobriu que contraiu o novo coronavírus dias depois da final da Libertadores, entre Palmeiras e Santos, no Maracanã. Ele foi um dos convidados pela CBF para aquela partida.
O ge procurou a CBF para se manifestar a respeito do alto número de infectados em relatório da Anaf. Mas a CBF ainda deve publicar estudo próprio sobre arbitragem e contaminação, baseado na testagem antes dos jogos em competições que ela organiza. Árbitros do quadro nacional que testaram positivo em exames particulares ou então em partidas dos estaduais não entram na conta, por exemplo.