
O Baskonia, clube de basquete de Vitoria-Gasteiz, País Basco, anunciou, através das redes sociais, que irá realizar no dia 5 do próximo mês de maio, a cerimônia de aposentadoria da camisa de número 21 que foi utilizada pelo pivô brasileiro Tiago Splitter em sete temporadas, entre os anos 2000 até 2010.
Essa honraria é concedida pelos clubes de basquete no mundo para atletas que são considerados ídolos ou históricos defendendo as cores da equipe que o homenageia. No caso de Tiago, essa honra é mais do que justa e merecida. Splitter, natural de Blumenau, Santa Catarina, saiu do Brasil aos 15 anos de idade para jogar nas categorias de base de clubes espanhóis.
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Com 18 anos já fazia parte do elenco profissional do Tau Cerámica, atual Saski Baskonia, e dividiu quadra com lendas do basquete como os argentinos Luís Scola, Pablo Prigioni, Nocioni, Fabricio Oberto, o espanhol José Calderón e o brasileiro Marcelinho Huertas.
O pivô teve temporadas coletivas e individuais fantásticas no Tau Cerámica. Pelo time Basco Tiago venceu a Liga Espanhola em 2008 e 2010, foi campeão da Copa del Rey em 2004, 2006, 2009 e é campeão da Supercopa da Espanha em 2005, 2006, 2007, 2008.

Individualmente conquistou o MVP (jogador mais valioso) da Liga Espanhola e das finais da Liga em 2010, além de nesse ano ser eleito para a seleção da liga.
Em 2006 e 2007, foi o MVP da Supercopa da Espanha e, em 2008, foi eleito para a seleção da Euroleague de Basquete, se tornando um dos 5 melhores jogadores na Europa daquela temporada.
Esses números e feitos credenciaram o brasileiro a entrar em um hall exclusivíssimo na história do Baskonia, Tiago será apenas o 5° jogador na história do clube a ter sua camisa aposentada. O reconhecimento do clube está alinhado com o da torcida, que o considera o maior pivô da história do clube.

Splitter, além de ser um atleta histórico no basquete europeu, é uma lenda do esporte nacionalmente. O pivô foi o primeiro brasileiro a se tornar campeão da NBA na temporada 2013/14 após vencer por 4 vitórias a 1 o Miami Heat de Lebron James, Chris Bosh e Dwyane Wade pelo pentacampeão San Antonio Spurs, onde ele tinha como companheiros lendas do basquete como Tim Duncan, o francês Tony Parker e o argentino Manu Ginóbili.
Uma temporada anterior, ele já havia se tornado o primeiro brasileiro a disputar uma final de NBA, porém perdeu para o mesmo Miami Heat por 4x3 em vitória. Uma temporada depois veio a rendenção com o título e um toco histórico em cima do maior ídolo da franquia adversária, Wade. Vale salientar que Splitter era titular absoluto do Spurs durante toda a temporada do título.

Pela seleção brasileira de basquete, o pivô foi campeão da Copa América em 2005 e 2008, além do título do Panamericano em 2003. Porém, a maior conquista da geração de Tiago foi o retorno à disputa dos jogos Olímpicos em 2012 na cidade de Londres, Inglaterra. O Brasil estava fora da modalidade de 1996 e a geração de Splitter, Huertas, Nenê e Leandrinho recolocou o Brasil no Olimpo do Basquete.

O pivô, após sair dos Spurs na temporada 2014/15, atuou pelos Hawks e 76ers mas, devido a problemas de quadril se aposentou com 33 anos em 2018.
Desde então, Tiago continua no basquete mas, como treinador de pivôs na liga. Na função já fez parte da comissão do Brooklyn Nets e atualmente é membro da comissão do Houston Rockets, onde faz um grande trabalho com os jovens pivôs da franquia, como o turco Alperen Sengun.
Splitter também já foi, em 2022, treinador principal da seleção brasileira sub-23 onde comandou e venceu os Estados Unidos na final do Global Jam, torneio com seleções de base de todo o mundo.