Desta vez, não houve percalços. Não teve polêmica com britânica nem largada queimada. Mas houve duas adversárias mais velozes. Terezinha Guilhermina fez o melhor possível para enfim desencantar em uma prova individual no Engenhão. Com uma saída forte, mas sem fôlego no fim, a brasileira cobriu os 400m (classe T11, para cegos) em 57s97, terceiro tempo entre as quatro finalistas, e conquistou a medalha de bronze em sua última prova na Paralimpíada do Rio.
- Essa semana eu vivi todas as emoções dos meus 37 anos, com o mundo inteiro me olhando. A torcida foi meu maior presente. Quando estive em Londres imaginei profundamente que a gente tivesse uma torcida similar. Confesso que foi melhor, foram muito mais alegres, mais carinhosos, mais próximos até pelo idioma. Me sinto privilegiada e lisonjeada por fazer parte dessa festa e poder curtir todo esse carinho, esse respeito - disse a veterana.
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O ouro ficou com a chinesa Cuiqing Liu, que cruzou a linha de chegada em 56s71. A prata ficou com a venezuelana Sol Rojas, que cravou 57s64. Outra brasileira na final, Thalita Simplício terminou na quarta colocação, mas foi desclassificada pela organização.
Terezinha tinha previsto correr os 400m com o guia Rodrigo Chieregatto, mas disputou tanto eliminatórias quanto finais com Rafael Lazarini, que a havia acompanhado nos 100m, 200m e no revezamento. A brasileira saiu muito forte do bloco de partida e abriu vantagem no início, mas perdeu a liderança para a chinesa na segunda curva. Na reta final, Terezinha cansou e perdeu posição também para a atleta da Venezuela.
A Rio 2016 foi marcada por altos e baixos da brasileira. A maior polêmica foi na prova dos 100m. Terezinha reclamou muito da britânica Libby Clegg, que foi desclassificada da semifinal por uma suposta puxada de seu guia. A punição, no entanto, foi revogada, e a europeia venceu a disputa. Desqualificada na final pelo mesmo motivo, a brasileira disparou e disse que não havia se preparado para ''correr contra homens''.
Nos 200m, Terezinha Guilhermina avançou com o melhor tempo nas baterias eliminatórias e nas semifinais. Na decisão, queimou a largada pela primeira vez em 16 anos de carreira e foi novamente desclassificada. A vencedora foi novamente Libby Clegg. No dia seguinte, veio o alento. A veterana liderou a conquista da medalha de prata no revezamento 4x100m T11-13, na qual Thalita também esteve presente. O grupo contou ainda com Lorena Spoladore e Alice Corrêa.
A noite desta sexta-feira também teve a participação de outros brasileiros nas semifinais dos 400m T11 masculino. Os dois representantes do país avançaram para a final. Felipe Gomes e Daniel Silva foram os melhores de suas baterias com os tempos de 51s26 e 51s96, respectivamente. A decisão do pódio será neste sábado.
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