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Mancini avalia cenário do futebol mineiro e quer "começar de baixo" como técnico

Aos 39 anos, ex-meia se prepara para carreira de treinador, vê América-MG como favorito ao Estadual, Atlético-MG certeiro com Jorge Sampaoli

Como jogador, Alessandro Faiolhe Amantino, o Mancini, teve uma carreira de sucesso. Foram mais de 500 jogos e passagens marcantes por clubes como Atlético-MG, Roma-ITA, Internazionale-ITA e América-MG, além de convocações para a Seleção. Aos 39 anos e aposentado desde 2016, Mancini acaba de iniciar sua trajetória como treinador. Passou três anos estudando na Europa, está de volta ao Brasil - mais especificamente a Belo Horizonte, onde mora - e pronto para novos desafios.

"Estou preparado para recomeçar minha carreira como treinador. Tenho muito a contribuir, tenho certeza. Foram quase 20 anos de carreira (como atleta), três anos de cursos na Uefa. Isso não tem preço" - Mancini.

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A ideia de migrar do meio-campo para a área técnica não é de hoje. Ao GloboEsporte.com, Mancini conta que se prepara para a carreira como treinador desde os últimos anos como atleta. E resume sua trajetória de estudos desde o momento em que pendurou as chuteiras.

- Como atleta, sempre tive uma certa liderança dentro de campo. Eu já previa meu pós-futebol. Nos últimos anos como atleta eu procurei observar mais, os próprios treinadores pediam. Isso fez com que eu planejasse e optasse pela sequência como treinador. Quando parei, tirei um tempo de folga, pra ficar com a família. Depois tive a ideia de mudar pra Itália. Lá é uma escola importante taticamente, joguei lá muito tempo. Resolvi aproveitar a oportunidade pra estudar lá. Fui pra lá com a família, fiz três anos de estudos na Uefa. Fiz a (licença) A, a (licença) B e a (licença) PRO. Foram três anos de estudo.

"Fiz estágio com o José Mourinho, fiz na Juventus, fiz na Roma, no Atlético de Madrid. Deu para dar uma rodada boa. Me enriqueceu muito" - Mancini.

Na reta final da preparação teórica, Mancini recebeu o convite para assumir o comando técnico do Foggia, clube da quarta divisão italiana. Aceitou o desafio. Durou pouco, mas, segundo ele, foi proveitoso.

- Eu estava na fase final do curso da Uefa PRO. Me ligou um amigo de Londres, onde morei por 10 meses. Ele me falou do Foggia, um clube que faliu e caiu pra Série D do Italiano, me falou da oportunidade. Eu estava há dois anos e meio estudando, precisando de uma prática. Fui lá, foram três meses bons, um início bom, uma pré-temporada muito boa. O diretor começou a querer invadir demais meu trabalho. Pra você ser treinador, você tem que ter suas convicções, obedecer o que você acredita, o que você aprendeu. Falei pra ele que ele poderia me ajudar, mas que as decisões eram minhas. Ele queria que os papeis se invertessem. Achei melhor ele ficar, eu ir embora. Vida que segue. Mas foi bom, me deu muita prática e tive a convicção que quero ser treinador. Gostei muito do dia a dia, o feedback com os atletas, a troca de ideias.

Projeto: começar "por baixo" e no Brasil

Com as licenças já conquistadas e a primeira experiência como técnico concluída, Mancini, agora, planeja começar sua trajetória como treinador no Brasil. Chegou a ter algumas sondagens de clubes do interior mineiro, mas nada avançou. A ideia do ex-meia é começar "por baixo", de preferência em um trabalho a longo prazo.

- Voltei pro Brasil e quero contribuir pro futebol brasileiro como treinador. É minha ideia. Tive sondagens do Uberlândia, do Ipatinga, mas o negócio não andou. O início é assim mesmo, difícil, tem que ter paciência. (...) Eu preciso de uma oportunidade. Estou super preparado e preciso de uma oportunidade. Quero começar de baixo, um time na Série B com estrutura boa, até um time na Série C com objetivo de subir pra Série B e, depois, um projeto pra subir pra Série A. Seria um sonho. Preciso de prática, do dia a dia. Os três meses no Foggia me deram uma bagagem boa, mas preciso de oportunidade pra aprender.

Coelho favorito no Mineiro, Galo certeiro com Sampaoli, alerta para o Cruzeiro

Mineiro de nascença, Mancini tem uma grande identificação com o Atlético, clube que defendeu em mais de 170 jogos. Também passou pelo América e, apesar de não ter vestido a camisa, opinou sobre o momento delicado do Cruzeiro.

Sobre o Galo, o agora treinador Mancini tem boas expectativas em relação ao trabalho de Jorge Sampaoli, mas avalia que o elenco precisa se reforçar "em todos os setores" para brigar por título brasileiro.

- Com Sampaoli, as esperanças aumentam. Tem que ter matéria prima. Acho que a contratação do Sampaoli foi um acerto da diretoria do Atlético. É um cara que fez um trabalho muito bom no Santos ano passado. Acho que a ideia é que o grupo do Atlético volte a se valorizar. O Sampaoli pode fazer isso. Fazer com que o time jogue bem, chegue nas cabeças. Isso faz com que os atletas se valorizem. Aí o Atlético pode fazer negócios, vender alguns atletas. Foi uma escolha boa - disse.

- (O Atlético) tem (boas perspectivas), mas com organização e matéria prima. Se não tiver matéria prima, fica difícil. O atual elenco precisa de reforços em todos os setores. Precisa de extremos, jogadores de velocidade, de drible, que criem superioridade numérica - completou.

Falando sobre o Cruzeiro, Mancini, que já disputou a Série B, chamou atenção para a dificuldade da competição.

- Aconteceu muita coisa errada, má administração. Não adianta você ter uma grande empresa e não ter uma gestão decente. O Cruzeiro está pagando pelos erros que foram cometidos. Agora é correr atrás. É difícil. Para subir, vai ser difícil. Tem que reforçar. Disputei duas Série B com o América, e realmente é muito difícil. Ainda mais você jogando no Cruzeiro, que vai ser o jogo que todo mundo quer jogar contra, o jogo da TV, todo mundo quer ganhar. É o favorito pra subir. Tudo isso contribui negativamente pro Cruzeiro. Você vai jogar em lugares de umidade altíssima, logística ruim, campo pesado e jogadores querendo buscar o lugar ao sol.

Falando em América, o Coelho está prestigiado na análise de Mancini, que também elogiou o técnico Lisca.

- O Lisca é um bom treinador, fez bons trabalhos. O América manteve sua espinha dorsal, isso é importante, sai na frente de todo mundo. No Mineiro, é o time que está jogando melhor. Pra mim, é o favorito pra ganhar o Campeonato Mineiro. Série B já é diferente. Tem que entrar com outra mentalidade. Acho que a diretoria está indo atrás de alguns reforços. Tem um ótimo presidente, que é o Salum, um dos melhores presidentes que já tive. Tem tudo pra brigar pelo acesso novamente.

Outras respostas de Mancini

Quais são os melhores treinadores com quem você trabalhou?

- Tive vários bons treinadores. Tive o Luxemburgo nos anos 90. Tive o próprio (Fabio) Capello, o Mourinho, e minha principal referência foi o Luciano Spalletti. Pra mim é a referência. Foi meu treinador na Roma por cinco anos.

Qual modelo de jogo te agrada?

- O modelo é muito relativo. Depende do que você tem em mãos. Eu gosto de um 4-2-3-1, do 3-5-2, do 3-4-3. Tem que ser flexível, ter várias opções. Se você usa um esquema e não funciona, tem que puxar pra outro. Treinador é assim. Na beira do campo, quando você vê que as coisas não estão dando certo, tem que mudar. Tem que ser flexível. Mas o 4-2-3-1 me agrada muito, o 3-5-2 também gosto muito. Você precisa adaptar seus jogadores.

Como você, que viveu na Itália por muitos anos, tem visto o cenário do coronavírus?

- Lá tem vários fatores que contribuem negativamente. Lá, quando perceberam, a situação já estava estourando. Lá tem muito idoso, o país é menor, a proliferação maior. Torcer pra situação passar logo. É crítico. Pedir a Deus que as coisas voltem à normalidade.

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